domingo, 24 de maio de 2009


Lula diz que Constituição lhe dá direito a disputar 2014
Extraído de: Jornal Cruzeiro do Sul - 22 de Maio de 2009
Cruzeiro On Line
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistiu, em Ancara, capital da Turquia, que não tem planos de participar das eleições em 2010. "Meu mandato termina no dia 31 de dezembro de 2010", frisou nesta 6ª feira (22). Mas, pela primeira vez, deixa a porta aberta para uma eventual candidatura sua às eleições presidenciais de 2014. Segundo ele, isso seria legal perante a
Constituição e lembrou que, na política, tudo é possível. Questionado em uma coletiva de imprensa se seria candidato a um terceiro mandato em 2014, respondeu de forma enérgica. "Isso não seria um terceiro mandato", disse. "Isso está na Constituição", lembrou.
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Lula, porém, deu sinais contraditórios sobre o que fará. "Veja, eu não sei o que vai acontecer em 2010. Como é que vocês queiram que eu saiba o que vai ocorrer em 2014? A única coisa que eu quero para 2014 é a Copa do Mundo, o que já está garantido", afirmou. "O que vai ocorrer na política, só Deus sabe", disse, sem rejeitar a possibilidade de uma candidatura.
Sobre 2010, Lula passou os últimos dias insistindo que seu mandato termina em um ano e meio. Durante sua viagem pela Arábia Saudita, China e Turquia, usou várias ocasiões para lançar recados, a chefes de Estado e outros, que a partir de 2011 ele não estará no governo. "Eu saio dia 31 de dezembro de 2010. Vocês (jornalistas) ficam", disse hoje. Em declarações ao presidente da Turquia, Abdullah Gul, Lula alertou que esperava a visita do chefe de Estado "antes do final do meu mandato, no final de 2010".
Em relação ao que fará a partir de 2011, Lula também não deu resposta clara sobre o que pensa em fazer. O presidente afirmou ainda que seu único plano para quando terminar seu mandato é "ficar em casa e cuidar da família". Seu gabinete garante que ele já manifestou a intenção de permanecer na política. "Desde 1978 estou prometendo para a dona Marisa ficar em casa", brincou. "Quando terminei meu primeiro mandato na presidência do sindicato, falei que ficaria em casa. Mas depois eu fundei o PT e nunca voltei. Agora é a chance de voltar para casa e cuidar da vida, da família", disse.
Um repórter ainda disse que ele ainda estaria jovem para pensar em ficar apenas em casa. "Por isso mesmo, quando eu estiver velho, ninguém vai me querer", respondeu. "Eu não sei o que vou fazer. Não quero pensar nisso agora. Acho que é precipitado pensar nisso", disse. "Eu só quero cumprir meu mandato, fazer o que tem que ser feito para que o Brasil fique cada vez melhor", afirmou.
"Muita gente me pergunta o que vou fazer em 2011. Mas essa não é minha preocupação. Um ano e meio de mandato é muito tempo de governo. Temos muita coisa a fazer. Se eu vacilar agora, se eu parar ou ficar pensando no que vou fazer em 2011, eu não vou governar. E eu quero governar", disse. Petistas especulam que o projeto de Lula seria voltar ao poder em 2014 "nos braços do povo", e não partir para a briga por um terceiro mandato. Mesmo tendo desistido de emprestar apoio ao fim da reeleição e à ampliação do mandato para cinco anos, Lula sabe que se conseguir deixar a herança no Palácio do Planalto para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), em 2010, não haverá nenhum empecilho para uma futura candidatura.
Lula está convencido de que pode emplacar Dilma e vai insistir nesse plano. Só mudará de ideia se for obrigado pelas circunstâncias. Para o presidente, o fato de a ministra anunciar o tratamento que faz para combater um câncer no sistema linfático pode até mesmo humanizá-la. A solidariedade já aparece em pesquisa encomendada pelo PT, mostrando o crescimento da mãe do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), hoje na faixa de 20%.
Há cerca de 20 dias, ele reagiu com um gesto ríspido quando um ministro lhe contou que aliados se movimentavam para reapresentar a proposta de terceiro mandato. Depois, mandou dirigentes do PT enquadrarem os teimosos para não prejudicar a candidatura da ministra. Foi o que integrantes da bancada do PT fizeram na terça-feira com o deputado Fernando Marroni (RS), o mais novo porta-voz da ideia.(AE)

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