sexta-feira, 8 de maio de 2009


Ilusões" de Richard Bach
Li este livro pela segunda vez num espaço de dois anos. Devo confessar que da primeira leitura não apanhei quase nada. Vivia então a minha fase de devoradora sequiosa de canhenhos sem lhes dispensar o mínimo de atenção, movida pela vil aspiração de aumentar a minha listinha ridícula de livros engolidos e não pensados ou sequer lidos verdadeiramente!Well… foi o meu estádio negro de leitora, afinal quem não passa por ele?A vontade de o ler (nem digo reler porque da primeira vez não o fiz) surgiu na semana passada quando um amigo me chamou a atenção para um trecho sobre a Verdadeira Família:“O eloque une a tua verdadeira famílianão é de sangue, masde respeito e alegria pelavida uns dos outros.Raramente os membrosde uma família crescemsob o mesmo tecto”E assim comecei a ler Ilusões com “Ouvidos novos para uma música nova” e “Olhos novos para as coisas mais longínquas” (in “O Anticristo” de Nietzsche).A base do livro é esta: Richard, um piloto de aviões, encontra Donald Shimoda, mestre espiritual e Messias aposentado :) E há medida que começam a construír uma amizade, Shimoda ensina a Richard as coisas que um Messias deve saber... Seguem-se longas conversas sobre A Liberdade, o Futuro, o Poder dos nossos Pensamentos, as Decisões, as Opções que escolhemos tomar…Somos transportados ao longo do livro numa viagem espiritual até ao fundo de nós próprios.Um cheirinho:“ - Ele ia sugar o meu sangue!- Que é o que fazemos a qualquer pessoa quando lhe dizemos que sofreremos se ela não viver à nossa maneira.(…)- O que te intriga - disse ele -, é verificar que um conceito geral se revela impossível. Esse conceito é prejudicar alguém. Nós próprios escolhemos sermos prejudicados ou não sermos prejudicados, independentemente de tudo o resto. Nós, é que decidimos. Mais ninguém. O meu vampiro disse-te que sofreria se tu não o deixasses sugar o teu sangue? Essa foi a sua decisão de sofrer, a sua opção. Aquilo que fazes perante isso é a tua decisão, a tua opção: dar-lhe sangue, ignorá-lo; amarrá-lo; trespassar-lhe o coração com um pão de azevinho. Se ele não quiser o pau de azevinho, é livre de resistir, da forma que quiser. E isto nunca mais acaba: opções, opções…(…)- Ouve - disse ele -, é importante. Somos livres. Livres. De fazer. O que quer. Que queiramos. Fazer.Sem dúvida mais um livro que me há-de acompanhar eternamente…ps - de Richard Bach já li as seguintes obras:“Fernão Capelo Gaivota” (leitura obrigatória!);“Ponte para a eternidade” (sobre a esperança de encontrar a tua alma gémea);“Uma aventura do Espírito” (um excerto: “Será que Algo Notável significa que adoptas todas as crenças idiotas de todos os zés-ninguéns populares e insensíveis para fingires que tens amigos?”).
posted by Eduarda Sousa at
21:03

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