segunda-feira, 11 de maio de 2009

Como adaptar os exemplos ao Brasil Tão importante quanto conhecer essas histórias é examinar nossa própria trajetória. Por isso, é hora de perguntar: quais características aproximam - ou afastam - o Brasil dos melhores países avaliados? O relatório da McKinsey é claro: os sistemas estudados já possuem as condições fundamentais para a qualidade, como parâmetros rigorosos de aprendizagem e um nível mínimo de investimento. Não é o caso do Brasil. No que diz respeito às expectativas de aprendizagem, nem sequer cumprimos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determina a criação de uma base nacional comum para o currículo a ser contextualizada nos planos regional, estadual e local. "Apesar de 85% dos municípios e 76% dos estados afirmarem possuir orientações curriculares próprias, a verdade é que quase ninguém as conhece. É essencial tornar públicos os objetivos e as metas para que a qualidade da rede possa ser avaliada e cobrada", explica Maria de Salete Silva, consultora de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O problema persiste quando o assunto é investimento. "Em todos os aspectos, os gastos são insuficientes em comparação com os sistemas de ponta", afirma José Marcelino Rezende Pinto, professor da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e especialista em financiamento da Educação (os gráficos à direita expõem essa diferença). Enquanto investimos uma fatia de 3,2% do PIB na Educação Básica (os recursos novos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica devem agregar, no máximo, 0,2% a esse total), países desenvolvidos ficam na casa dos 4%. Com um agravante: essas nações gastam apenas na manutenção dos sistemas, enquanto no Brasil ainda é preciso ampliar a oferta para atender as 660 mil crianças de 7 a 14 anos que estão fora da escola. Sem contar a necessidade de recuperação de infra-estrutura (apenas metade das escolas públicas de Ensino Fundamental possui biblioteca, só 25% têm internet, e 15%, laboratório de Ciências) e de s alários, especialmente o inicial. Segundo o relatório McKinsey, em países em que a Educação é prioridade, um dos fatores que atraem bons docentes são os rendimentos compatíveis com os de outras profissões de formação semelhante, o que não ocorre aqui. Os recursos que fazem a diferença Sob qualquer critério, estamos longe do nível de gasto em Educação dos países mais desenvolvidos

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