domingo, 25 de outubro de 2009

Canção Da América
Milton Nascimento
Composição: Fernando Brant e Milton Nascimento
Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

sábado, 24 de outubro de 2009






2º Encontro Nacional dos Conselhos de Educação - Abertura



Hoje, às 19h30, no auditório Anísio Teixeira do CNE, ocorreu a solenidade de abertura do "2º Encontro Nacional dos Conselhos de Educação".

A solenidade contou com a presença da Secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva que, na ocasião, representou o Senhor Ministro de Estado da Educação, do Secretário de Educação do Distrito Federal, José Luiz Valente, da presidente do CNE, Clélia Brandão Alvarenga Craveiro, do assessor da Secretaria Executiva Adjunta do MEC, Arlindo Cavalcante de Queiroz, do presidente do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, Geraldo Grossi Filho e do presidente da União Nacional de Conselhos Municipais de Educação, Paulo Eduardo dos Santos.

O evento foi abrilhantado pela apresentação do Coral do UniCEUB e pelo lançamento e sessão de autógrafos de livros das professoras Ilma Alencastro Veiga e Iria Brzezinski.
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Postado por Espartaco - SE/CNE/MEC às 22:02 0 comentários
Marcadores: Eventos
sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Entre os dias 18 a 20 de outubro de 2009, no auditório do Conselho Nacional de Educação, será realizado o "2º Encontro Nacional dos Conselhos de Educação: a construção do regime de colaboração entre os órgãos normativos dos sistemas de ensino".

Tal evento terá como público os conselheiros dos Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais de Educação e é uma realização do CNE, da UNCME, do FNCEE e do MEC.

Como principais objetivos, temos:
a) a troca de experiências entre os Conselhos;
b) o fortalecimento do Regime de Colaboração;
c) a avaliação dos encaminhamentos e preparação para a CONAE estadual;
d) a apresentação das avaliações sobre o PNE e proposição de encaminhamentos para o novo Plano Nacional, enfatizando-se a importância da mobilização e do planejamento integrado: União, Estados, Distrito Federal e Municípios; e
e) a socialização das premissas conceituais das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica.

Para conhecer a programação do evento, acesse o endereço eletrônico

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Análise de Conto de Escola
Bloco de Conteúdo
Língua Portuguesa

Conteúdo
Leitura

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Tudo sobre

Objetivos
- Saber quem foi o escritor Machado de Assis: em que época viveu, o que escreveu e a importância dele para a literatura brasileira.
- Conhecer o momento histórico brasileiro em que viveu o escritor.
- Ler e compreender Conto de Escola.
- Distinguir conto de outras gêneros narrativos, como apólogo, fábula e lenda.
- Contribuir para a formação do leitor literário.

Conteúdos
- Biografia de Machado de Assis.
- Momento histórico brasileiro: fim do Império, abolição da escravatura, proclamação da República.
- A sociedade do Rio de Janeiro no século 19.
- Conceito de conto.
- Conceito de corrupção e delação.

Tempo estimado
24 aulas

Material Necessário
- Um exemplar de Várias Histórias (editoras Ática, Martin Claret ou Martins Fontes)
- Cópia de Conto de Escola para todos os alunos
- Obras de Machado de Assis (disponíveis no site www.dominiopublico.gov.br);
- Biografia de Machado de Assis
- Um bom dicionário.
- Livros e sites de História do Brasil sobre fim do Império, abolição da escravatura, proclamação da República e a sociedade do Rio de Janeiro no século 19.
- Imagens do escritor e da sua época.
- Revistas com reportagens sobre Machado de Assis.
- Documentários e filmes.

Desenvolvimento
1ª ETAPA Peça que os alunos citem nomes de escritores que eles conhecem, ou porque já leram livros ou porque ouviram falar deles. Ajude-os nesta lembrança, dizendo títulos de obras que você sabe já terem sido lidas por eles. Vá escrevendo os nomes dos escritores no quadro-negro. Se não forem citados, não se esqueça de acrescentar à lista importantes nomes como: Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Ricardo Azevedo, Ângela Lago, Eva Furnari, Tatiana Belinky e, principalmente, Monteiro Lobato. Continue a investigação. Pergunte se eles sabem quem são os dois famosos escritores brasileiros que estão sendo homenageados em 2008. Dê as dicas: um é mineiro e nasceu em 1908. É conhecido internacionalmente pela obra Grande Sertão: Veredas. O outro é carioca e morreu em 1908. É mais conhecido pelo livro Dom Casmurro, em que conta a polêmica história de amor entre Capitu e Bentinho. Mostre imagens do escritor Guimarães Rosa (1908-1967), nascido em Cordisburgo, a 124 quilômetros de Belo Horizonte, e de Machado de Assis (1839-1908), nascido no Rio de Janeiro. Observe as informações que a garotada já tem para equilibrá-las com os novos conhecimentos. Em seguida, conte que a turma conhecerá o principal escritor brasileiro, Machado de Assis, a vida e as obras dele e a época em que viveu.

2ª ETAPA O ambiente retratado nas obras de Machado de Assis está muito distante da realidade dos estudantes. Para aproximá-los daquele tempo, transforme a sala de aula num espaço oitocentista. Reúna as obras de Machado e elementos visuais representativos do século 19: revistas, documentários, filmes, imagens, objetos etc. Crie com a garotada um ambiente literário. Todos os dias, enquanto durar o projeto, coloque-as no chão sobre um bonito tecido colorido (uma cortina, uma colcha, uma canga etc.). Também monte um painel. Para isso, divida a classe em grupos, cada um responsável por pesquisar um tema: o Brasil do século 19; cenários, pessoas, transporte (carros puxados a burro e bondes com tração animal) do Rio de Janeiro mostrados em gravuras e pinturas; biografia do escritor e a relação das obras.

3ª ETAPA Realizadas as etapas anteriores, a classe estará familiarizada com o século 19. É o momento de iniciar a leitura do texto Conto de Escola. Esclareça, antes, que conto é uma narrativa geralmente curta e concisa. A linguagem é densa, com economia de palavras. A síntese é sua característica mais importante: as ações ocorrem em um espaço bem delimitado e em curto espaço de tempo. Por esse motivo, o autor tem de selecionar o que deseja enfatizar, eliminando descrições detalhadas de personagens e ambientes e longas complicações de enredo, comuns nos romances, que são narrativas mais extensas. O conto apresenta os mesmos elementos de qualquer outro texto narrativo: fatos em seqüência, personagens, espaço, tempo e narrador. Porém, nele, o desfecho é essencial e sempre traz uma revelação. A literatura brasileira tem contistas brilhantes, a começar pelo mestre Machado de Assis. Proponha uma comparação entre os gêneros narrativos conto, apólogo, fábula e lenda. Peça que os alunos expliquem quais as diferenças e semelhanças entre eles. Escolha um texto de cada um desses gêneros para ler para os alunos. Dê preferência a textos que eles ainda não tiveram oportunidade de ler. Explique que apólogo é uma narrativa curta e, como a fábula, tem uma moral. Elas se distinguem pelas personagens: no apólogo são objetos inanimados (plantas, pedras, rios, relógios, moedas, estátuas etc.) e na fábula, geralmente, são animais. E lenda é a narrativa que explica de forma simples, por meio de uma história exemplar, as coisas da vida, dos fenômenos naturais e do universo. Depois da leitura dos textos, da conversa sobre as histórias e das comparações, faça uma tabela no quadro-negro com as diferenças e semelhanças entre esses gêneros narrativos apontadas pelos alunos. Auxilie-os nesta atividade.

4ª ETAPA Ambientado no Rio de Janeiro de 1840, Conto de Escola narra as lembranças de Pilar de um dia nada agradável da sua infância, quando ele era menino e cursava os primeiros anos escolares. Pilar é o próprio narrador do que aconteceu naquela segunda-feira fatídica. Dê atenção às palavras e expressões desconhecidas. Ajude os alunos a descobrir os significados pelo contexto. Elabore um glossário com as palavras e expressões do texto menos usuais. Monte um painel com elas e deixe à vista de todos para consulta, quando necessário. Faça uma leitura colaborativa, ou seja, você e os estudantes lêem em conjunto, passo a passo. Por meio dessa atividade, você ensina a ler, à medida que vai explicitando as estratégias e procedimentos que um leitor proficiente utiliza. "Leitura colaborativa é uma atividade em que o professor lê um texto com a classe e, durante a leitura, questiona os alunos sobre as pistas lingüísticas que possibilitam a atribuição de determinados sentidos", explicam os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, de 1ª a 4ª série. Como a leitura colaborativa exige uma leitura com pausas, questionamentos e intervenções constantes do professor, reserve um bom tempo para essa prática. Por meio dela, leve o aluno "a elaborar hipóteses (antecipação); confirmá-las ou refutá-las (checagem) à medida que se avança na leitura; a identificar novas hipóteses e justificá-las com base no sentido já atribuído e em pistas lingüísticas; a estabelecer relações com a realidade, diferenciando realidade e ficção, entre o conteúdo do texto em discussão e outros textos já trabalhados (intertextualidade); a identificar o significado de palavras com base no contexto (inferência local); a sintetizar as idéias nele contidas (generalização); a identificar as intenções do autor etc. São alguns aspectos de conteúdos de leitura relacionados à compreensão do texto, para a qual a contribuição da leitura colaborativa é essencial."
Inicie a leitura do conto situando a história. O lugar era a escola, um sobradinho de grade de pau, que ficava na Rua do Costa. A época era o ano de 1840, e tudo aconteceu numa segunda-feira, do mês de maio. Leia parágrafo por parágrafo. Peça que identifiquem a idéia principal de cada um.
Oriente-os para que identifiquem o(s) parágrafo(s) que conta(m):
- A dúvida do narrador, se vai ou não para a escola naquela segunda-feira.
- Como era o pai de Pilar.
- Por que o pai queria que ele fosse caixeiro.
- Como era o mestre.
- Como era Raimundo.
- Como era Pilar.
- Como era o Curvelo.
- Em que época política estava o Brasil.
Discuta a hesitação do menino Pilar. Ele não tinha certeza se ia ou não à escola naquela manhã de segunda-feira. O que ele decidiu? Qual foi o motivo dessa decisão? Continue a discussão: que expressão do texto indica que Pilar era estudante do Ensino Fundamental I? O que Raimundo queria que Pilar fizesse para ele? Por que Raimundo demorou tanto para dizer o que queria? Que trecho do texto indica que Pilar estava muito ansioso para saber o que Raimundo queria dele? Qual era a idade do Curvelo? Qual era a idade aproximada do Raimundo e do Pilar? Por que o professor lia o jornal com tanto interesse? O que aconteceu do momento em que Raimundo mostra a moedinha para Pilar até quando o mestre descobre tudo? Como o mestre ficou sabendo de tudo? Como o mestre castigou os meninos? Pilar deseja se vingar de Curvelo. Por que ele não consegue se vingar? Como foi a manhã seguinte? O que aconteceu com as calças novas que Pilar ganhara da mãe? Como ele reagiu ao escutar o tambor do batalhão dos fuzileiros? Pilar foi para a escola?

5ª ETAPA O texto Conto de Escola permite várias reflexões sobre a escola do século 19, como método de ensino e formas de castigo, e as atitudes de corrupção e de delação. Ajude a garotada a refletir sobre o que foi lido e questione:
- Como era a aula?
- O que a classe fazia quando o professor entrava na sala?
- O que é rapé?
- Como eram os castigos físicos e verbais na escola e na família?
- Na situação do Raimundo, que estava com dificuldade de fazer a lição e tinha muito medo do pai, que era seu professor, como você agiria?
- O que você achou da atitude do Raimundo?
- E se você fosse Pilar, aceitaria receber a moedinha, em troca de um favor?
- Se você fosse Curvelo, como agiria se tivesse presenciado a mesma cena que ele presenciou?

6ª ETAPA Trabalhe os conceitos de corrupção e delação. Peça que expliquem a frase final: "E contudo a pratinha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; ..." Solicite que digam outros exemplos de situações de corrupção e de delação. Peça que citem os adjetivos correspondentes a esses substantivos: aquele que faz uso da corrupção é corrupto. E aquele que faz uso da delação é delator. Pergunte se eles sabem que a expressão popular "dedo-duro" corresponde a delator.

Avaliação
Como o objetivo é a formação do leitor literário, são a compreensão e a visão crítica do texto que devem ser avaliadas. Para isso, sugerimos algumas atividades que permitem avaliar esta dimensão:
- Leitura dramatizada do texto, em que um aluno é o narrador e outros fazem os diálogos.
- Transformar o texto em peça de teatro, desde que eles tenham entrado em contato com textos desse gênero.
- Debate sobre a atitudes dos personagens do Conto de Escola.
- Seminário sobre a escola do século 19 e a escola do século 21: o papel do professor.
- Discussão sobre os castigos que os adultos aplicavam em crianças com vara de marmeleiro e palmatória. Relacionar com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Hoje esses castigos seriam permitidos?
- Contação da história, sem ler, para um público que não seja formado pelos colegas.
- Reescrita da história, em grupo, com a mudança do foco narrativo. Grupo 1: Curvelo é o narrador; grupo 2: Raimundo é o narrador; grupo 3: o mestre é o narrador.
- Comparação da história de Pinóquio com a história de Pilar, do ponto de vista do que elas apresentam sobre escola. Discutir: Escola é prisão? Como base para a discussão, peça que os alunos releiam o trecho: "Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora, e recapitulava o campo e o morro, pensava nos outros meninos vadios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero humano. Para cúmulo de desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que bojava no ar, uma coisa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos.
- Fui um bobo em vir, disse eu ao Raimundo."
Como usar os gêneros para melhorar a leitura e a escrita
Eles invadiram a escola - e isso é bom. Mas é preciso parar de ficar só ensinando suas características
Anderson Moço

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=== PARTE 1 ====

Ilustrações: Otávio Silveira

Todo dia, você acorda de manhã e pega o jornal para saber das últimas novidades enquanto toma café. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que recebeu folhetos de propaganda e (surpresa!) uma carta de um amigo que está morando em outro país. Depois, vai até a escola e separa livros para planejar uma atividade com seus alunos. No fim do dia, de volta a casa, pega uma coletânea de poemas na estante e lê alguns antes de dormir. Não é de hoje que nossa relação com os textos escritos é assim: eles têm formato próprio, suporte específico, possíveis propósitos de leitura - em outras palavras, têm o que os especialistas chamam de "características sociocomunicativas", definidas pelo conteúdo, a função, o estilo e a composição do material a ser lido. E é essa soma de características que define os diferentes gêneros. Ou seja, se é um texto com função comunicativa, tem um gênero.


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Análise de contos de escola
Na última década, a grande mudança nas aulas de Língua Portuguesa foi a "chegada" dos gêneros à escola. Essa mudança é uma novidade a ser comemorada. Porém muitos especialistas e formadores de professores destacam que há uma pequena confusão na forma de trabalhar. Explorar apenas as características de cada gênero (carta tem cabeçalho, data, saudação inicial, despedida etc.) não faz com que ninguém aprenda a, efetivamente, escrever uma carta. Falta discutir por que e para quem escrever a mensagem, certo? Afinal, quem vai se dar ao trabalho de escrever para guardá-la? Essa é a diferença entre tratar os gêneros como conteúdos em si e ensiná-los no interior das práticas de leitura e escrita.

Essa postura equivocada tem raízes claras: é uma infeliz reedição do jeito de ensinar Língua Portuguesa que predominou durante a maior parte do século passado. A regra era falar sobre o idioma e memorizar definições: "Adjetivo: palavra que modifica o substantivo, indicando qualidade, caráter, modo de ser ou estado. Sujeito: termo da oração a respeito do qual se enuncia algo". E assim por diante, numa lista quilométrica. Pode até parecer mais fácil e econômico trabalhar apenas com os aspectos estruturais da língua, mas é garantido: a turma não vai aprender. "O que importa é fazer a garotada transitar entre as diferentes estruturas e funções dos textos como leitores e escritores", explica a linguista Beth Marcuschi, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

É por isso que não faz sentido pedir para os estudantes escreverem só para você ler (e avaliar). Quando alguém escreve uma carta, é porque outra pessoa vai recebê-la. Quando alguém redige uma notícia, é porque muitos vão lê-la. Quando alguém produz um conto, uma crônica ou um romance, é porque espera emocionar, provocar ou simplesmente entreter diversos leitores. E isso é perfeitamente possível de fazer na escola: a carta pode ser enviada para amigos, parentes ou colegas de outras turmas; a notícia pode ser divulgada num jornal distribuído internamente ou transformado em mural; o texto literário pode dar origem a um livro, produzido de forma coletiva pela moçada.

Os especialistas dizem que os gêneros são, na verdade, uma "condição didática para trabalhar com os comportamentos leitores e escritores". A sutileza - importantíssima - é que eles devem estar a serviço dos verdadeiros Conteúdos os chamados "comportamentos leitores e escritores" (ler para estudar, encontrar uma informação específica, tomar notas, organizar entrevistas, elaborar resumos, sublinhar as informações mais relevantes, comparar dados entre textos e, claro, enfrentar o desafio de escrevê-los). "Cabe ao professor possibilitar que os alunos pratiquem esses comportamentos, utilizando textos de diferentes gêneros", afirma Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo

టెక్ష్తొ రుబెం Alves

TEXTO A SEGUIR É APENAS PARA HABILITAR OS SITES DE PESQUISA :
O Educador além do seu tempo


Rubem Alves mostra que educar
é uma arte que se ensina com amor


Margarida Ribeiro
7 período de Jornalismo


No dia 15 de março, o auditório da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) reuniu centenas de pessoas para prestigiar um dos intelectuais mais famoso e respeitado do País, Rubem Alves. Esta personalidade brasileira com as suas multifacetas - pedagogo, poeta, filosofo, cronista, contador de estórias, ensaísta, teólogo, acadêmico e psicanalista - tem enriquecido a nossa Educação com vasta obra para adultos e crianças. Suas literaturas têm servido de subsídio também para trabalhos nas igrejas, consultório psiquiátrico e outros fins de ajuda.
Rubem Alves tem o dom de fazer das palavras e das idéias brinquedos e instrumentos divertidos para transmitir conhecimentos. Deste modo ele fala de uma educação que perpassa todo o universo humano. Ensina que o verbo educar deve ser conjugado com o amor e paixão.
Sobre seu interesse pela educação brasileira, o próprio Rubem irá nos comunicar através desta entrevista.


Revelação: Como surgiu o seu interesse pela educação?
Rubem Alves: Eu sempre tive vontade de ensinar, mas o interesse concentrado foi quando era professor em Lavras, interior de Minas. Nesse período comecei a pensar nos problemas da educação, o assunto passou a ser parte da minha vida, é a coisa que mais me domina, o tempo todo estou pensando nisto.
Revelação: Sobre as suas obras, quantas já tem publicadas?
Rubem Alves: Eu devo ter mais ou menos trinta livros para crianças e trinta para adultos. Os livros têm sido usados muito em igreja, em hospitais infantis para preparar as crianças para cirurgia. Quando os escrevi foi pensando somente na minha filha, de repente descobri que estavam sendo aproveitados em empresas, em situações de terapias, viraram teatros e agora vão virar Cds.


Revelação: Qual obra que tem mais do seu pensamento de forma sistemática?
Rubem Alves: A obra que circunda o meu pensamento saiu de circulação e vai reentrar na bienal, se chama "O poeta, o guerreiro e o profeta".


Revelação: Como o senhor vê os atuais livros de literatura?
Rubem Alves: A gente ainda tem grandes autores, por exemplo Saramago e Guimarães Rosa. Há muitas obras bonitas sendo produzidas, mas também há muito lixo. Shopenhauer dizia que parte da sabedoria de ler é a sabedoria de saber escolher o que no ler. Ele falou isto no século XIX, imagina a quantidade de lixo que existe nas livrarias!


Revelação: Como o senhor avalia a forma de incentivo do Governo, com o Programa Bolsa-Escola?
Rubem Alves: Para mim esses esforços são louváveis, mas a grande questão da educação não passa por aí, mas pelas cabeças dos professores. Educação não se faz com prédios com material escolar, mas ela se faz com professor apaixonado.


Revelação: Esta seria a prioridade para educação?
Rubem Alves: Para mim a prioridade que tenho é seduzir os professores. O que acontece freqüentemente, é que, com a rotina e o passar do tempo, eles ficam amargos e começam a fazer contagem do tempo para a aposentadoria. Aí perdem o encantamento com as crianças e os adolescentes.


Revelação: E qual é o grande segredo da educação?
Rubem Alves: O grande segredo é a paixão do professor. Se você tiver um professor apaixonado, ainda que ele não saiba muita didática dará um jeito.


Revelação: O senhor falou que há dois tipos de olhos na educação. Gostaria que comentasse um pouco sobre o olhar do atual educador?
Rubem Alves: A educação do primeiro olho, vê as coisas do finito, é o que a maioria das nossas escolas fazem o tempo todo, ensinar a ciência, ensinar as coisas da vida, ver o mundo. A educação do segundo olho mostra as coisas eternas. Com o primeiro olho ensinamos a ciência, com o segundo a poesia. Gastor Maschelar, se dedicou a vida inteira a educar o primeiro olho, e escreveu livros eruditos sobre a filosofia das ciências. De repente ele passou a educar o segundo olho e escreveu "A chama de uma vela". A vela para iluminar precisa se consumir. Quando Maschelar fala da vela, não se refere a conhecimentos modernos, mas ele abre um terceiro olho, o da sensibilidade.


Revelação: Como se desenvolve a sensibilidade dos educadores e educandos?
Rubem Alves: Através da literatura. O conselho que eu daria é ler literatura. Na minha área de psicanálise é muito importante conhecer a alma humana, e o conhecimento vem não é da leitura de Freud, ela ajuda, mas na medida que buscamos a literatura, então se descobre o drama da existência humana, vivida com todas as suas dores e alegrias.


Revelação: Qual a grande tarefa do educador?
Rubem Alves: A grande tarefa é dizer "está ali, está ali – perceba! Olhe!" –Fernando Pessoa diz, não basta não ser cego pra ver as árvores e as cores, há pessoas que têm vistas excelentes e não percebem nada. É preciso ensinar os nossos alunos a enxergar o mundo.


Revelação:Que conselho o senhor daria aos novos educadores?
Rubem Alves: Que a educação é absolutamente apaixonante. Paixão para uma vida. Em primeiro lugar eu diria que eles se considerem afortunados por serem tocados por esta vocação. Segunda coisa, é preciso que amem as crianças. Freqüente-mente os professores têm a preocupação com um programa. Meu filósofo favorito, Nietzsche, dizia que o verdadeiro educador é aquele que leva a sério questões relacionadas com seus alunos, inclusive a si mesmo. Logo a preocupação do educador não pode ser com o programa, deve ser com o aluno, e por isso, ele deve ter um olho para cada aluno, porque está lidando com ser humano e não com o número para exame.
A primeira tarefa do educador é seduzir o aluno para o fascínio do seu objeto. Se ele não for seduzido não terá vontade de aprender. A Adélia Prado, uma grande pedagoga dizia, "não quero faca e nem queijo, eu quero é fome". Significa que a primeira tarefa é fazer o aluno ter fome do que você pretende ensinar.




Novos endereços, o Yahoo! que você conhece. Crie um email novo com a sua cara @ymail.com ou @rocketmail.com.
http://br.new.mail.yahoo.com/addresses
Produzir texto sem escrever
Ao desempenhar o papel de escriba e pedir que os estudantes criem oralmente um texto, o docente trabalha o comportamento escritor, as diferenças entre a linguagem oral e a escrita e a importância de sempre revisar o que é produzido, individual ou coletivamente
Anderson Moço



PROFESSORA ESCRIBA Os alunos produzem um texto sobre os polos norte e sul, ditando as informações que pesquisaram em duplas. Foto: Marcos RosaPor anos, o ditado foi patrimônio do professor: um texto ou uma lista com o propósito de avaliar se a turma sabia escrever de acordo com as regras da ortografia. Isso mudou - tanto nos objetivos como na forma. Hoje, uma das quatro situações didáticas previstas pelos principais programas oficiais de alfabetização inicial é pedir que os alunos produzam textos oralmente para se perceberem capazes de escrever antes de estarem alfabetizados. Livres de questões relacionadas à grafia e ao sistema de representação, eles se concentram nos desafios da produção do texto: a definição do conteúdo, a adequação a um gênero e a organização da linguagem escrita.

"É importante criar espaços para que as crianças usem a linguagem escrita antes de ler e escrever, pois o conhecimento do sistema alfabético não é pré-requisito para a produção de texto, ou seja, não é preciso saber grafar as letras para organizar as ideias tal como se escreve", explica Silvana Augusto, formadora do Instituto Avisa Lá e professora do Instituto Superior de Ensino Vera Cruz, ambos em São Paulo. A criança que não sabe escrever de forma convencional está diante de uma situação-problema que permite a ela observar o desenvolvimento de seu processo de aprendizagem e da compreensão da linguagem escrita.

Produção de texto
A elaboração de um texto vai muito além do registro gráfico. Durante o ditado para o professor, os alunos comandam a produção do texto no conteúdo e na forma - por meio das leituras e releituras do que já foi escrito - e fazem adequações na produção: incluem pausas, ritmo e velocidade, repetem partes quando necessário e distinguem o que dizem para ser escrito do que dizem como interlocutores, mudando o tom de voz. O texto que será grafado pelo professor precisa ter uma função comunicativa definida (a produção de um bilhete, a recomendação de um livro lido etc.). Essa situação didática deve fazer parte da rotina da alfabetização inicial, contemplando diferentes gêneros.

Indicação literária

Neste trabalho, o professor:
- Oferece às crianças espaço de troca de experiências e preferências.
- Seleciona um material de leitura de significativo valor estético.
- Propõe a produção de texto com propósitos comunicativos claros.



Diário da professora Carlene Fernandes Lima - Após a leitura de um livro que as crianças adoraram, pedi que elas me ditassem um texto de indicação literária, que anotei no quadro-negro. Na hora da revisão, elas foram percebendo expressões repetidas no texto e frases que precisavam ser alteradas, sugerindo como melhorar a narrativa. Fotos Marcos RosaUma atividade de ditado para o professor que não deve ficar fora do planejamento das aulas diz respeito à produção de textos de indicação literária, nos quais as crianças expõem sua opinião e aprendem a reconhecer e expressar preferências como leitoras. Elas ditam seu parecer sobre o material e os motivos para recomendar essa leitura. "É um comportamento usual entre as pessoas indicar os livros de que gostam mais. Ao fazer isso, a criança desenvolve critérios para a formação das preferências", ressalta Silvana Augusto (leia o projeto didático).

A produção precisa ter um destinatário real. Na EE Nelson Fernandes, em São Paulo, as indicações literárias fazem parte do planejamento de toda a escola. Semanalmente, as crianças escolhem uma das leituras realizadas para que seja produzida uma recomendação, que será encaminhada a outras turmas. No começo do ano, os alunos da 1ª série contam com a ajuda do professor para escrever o texto. Foi o que aconteceu com a sala da alfabetizadora Carlene Fernandes Lima após a leitura de A Fantástica Fábrica de Chocolate, do escritor galês Roald Dahl.

Por ser um livro grande, a professora passou mais de uma semana lendo diariamente um ou dois capítulos de cada vez. Terminada a leitura, Carlene abriu a conversa, estimulando a turma a expor suas ideias. O debate foi acalorado, as crianças se identificaram com o personagem principal, o menino Charlie, e partiu delas mesmas a iniciativa de escrever uma recomendação para a 1ª série C, prática que elas já estavam acostumadas a realizar.

- Como vamos começar esse texto? - perguntou a professora.

- A gente tem de contar um pouco da história para que eles também tenham vontade de ler - disse um aluno.

Todos, então, passaram a ditar uma descrição do enredo, muitas vezes utilizando expressões que tinham visto no livro. A cada nova passagem, Carlene relia o que estava escrito. "O papel do professor aqui é fundamental, pois, ao escrever no quadro-negro, ele explicita aos estudantes os comportamentos próprios de quem escreve", ressalta Silvana. Ele deve chamar a atenção sobre a estrutura, negociar significados e propor a substituição de palavras repetidas. Expressões como "e", "aí" e "daí" (marcas da oralidade) precisam ser trocadas por outras mais adequadas à linguagem escrita e que marquem a temporalidade e a causalidade, como "de repente".

Por fim, os pequenos ditaram os motivos que os levaram a escrever aquela recomendação e utilizaram expressões que estavam nos modelos de indicação literária que Carlene havia mostrado.

- Vamos colocar que esta é uma história encantadora e envolvente, que não deixa a gente perder a atenção - ditou uma das crianças.

Reescrita de história

Neste trabalho, o professor:
- Aborda questões relacionadas ao gênero e às características da linguagem escrita.
- Desenvolve o comportamento escritor: planejar, textualizar e revisar.
- Permite aos alunos que se sintam escritores e produtores de texto antes de saber grafá-lo.



Diário da professora Rozangela Barbosa Cardoso - Depois de lermos na sala de
aula vários livros com bruxas como personagens, os alunos produziram uma
versão própria. Num segundo momento, pedi que eles retomassem a história,
pois uma parte tinha ficado confusa. Para melhorar o texto, eles encontraram
respostas nos livros lidos, em que viram como os autores resolvem problemas
semelhantes. Fotos Ivan Amorim

As atividades de reescrita de textos diversos favorecem a apropriação das características da linguagem escrita, dos gêneros, das convenções e das formas. Planejadas com o objetivo de eliminar algumas dificuldades inerentes à produção de textos, consistem em recriar algo com base no que já existe.

"A reescrita não equivale a uma cópia porque a criança fará uma versão pessoal do texto fonte", explica Silva Augusto. No livro Aprender a Ler e Escrever, a pesquisadora argentina Ana Teberosky afirma que a orientação que se dá para a utilização do texto-modelo pressupõe que aprender a escrever é, sobretudo, aprender a reescrever.

Antes de propor essa atividade, o professor deve realizar situações de leitura de diferentes textos de um mesmo gênero para a ampliação do repertório linguístico dos alunos e a apropriação de suas características.

Foi o que fez Rozangela Barbosa Cardoso, da EM Sebastião de Mattos, em Umuarama, a 580 quilômetros de Curitiba. Professora da 2ª série, no início do ano ela se deparou com uma situação comum nas escolas brasileiras: menos de um terço de seus alunos estava no nível alfabético. Rozangela desenvolveu um projeto de reescrita de histórias de bruxas.

Em um primeiro momento, ela explicou que eles produziriam coletivamente um conto sobre bruxas e iniciou a leitura de diversos livros que tinham essa personagem. A cada conto finalizado, uma roda de conversa sobre o texto era realizada.

Depois a professora pediu que eles destacassem oralmente o que caracteriza uma história de bruxa. Ela escreveu no quadro-negro uma lista intitulada "Nas histórias de bruxas tem..." para que os alunos pudessem consultar as características que haviam encontrado.

O próximo passo foi começar a produzir o texto.

- Começa por "era uma vez", professora - disse um dos alunos.

- Mas será que a gente não consegue encontrar outro começo? Esse não é muito comum? Nas histórias que lemos, como os autores fizeram? - indagou a professora.

- Eles usam outras palavras. Que tal "um certo dia"? – propôs outra criança.

Esse tipo de intervenção da professora é de grande valia nas situações de produção. É importante ajudar a turma a perceber como se trabalha um texto, que tipo de reflexão deve ser feita na hora de escolher a forma e a sequência dos fatos e destacar as questões de estilo e de efeito que deve provocar no leitor (leia o projeto didático).

Os estudantes continuaram ditando a história até que a primeira versão fosse finalizada. No dia seguinte, a professora retomou a produção, relendo, grifando passagens e propondo que juntos tentassem melhorar o texto.

Terminada a segunda versão, Rozangela digitou no computador a história e, em outra aula, entregou uma cópia para cada um deles, pedindo que revisassem e tentassem encontrar partes que ainda precisavam ser trabalhadas.

"As crianças perceberam que precisávamos melhorar a coerência da narrativa para que o leitor não tivesse dúvidas. Sugeri que eles procurassem nos livros como os autores resolvem esses problemas. Depois da pesquisa, eles pediram, então, para alterar algumas expressões e acrescentar novas frases para que a história ficasse mais redonda."

Texto informativo

Neste trabalho, o professor:
- Propõe a pesquisa e a busca de informações.
- Explora as características do texto de caráter científico e informativo.
- Amplia o universo de conhecimento e informação do aluno acerca de um tema específico.



Diário da professora Anna Lúcia Schneider - Pedi que os estudantes pesquisassem
nos livros informações sobre os polos norte e sul para saber como vivem ali as
pessoas e os animais. Eles trabalharam em duplas e um deles ficou com a tarefa
de escrever o que ambos julgaram importante. Com os dados coletados na
pesquisa e a leitura feita por mim, eles produziram um texto informativo sobre a
vida de um bicho. Fotos Marcos Rosa

É muito importante que desde cedo os alunos tenham contato com uma boa variedade de textos informativos e de caráter científico, pois eles permitem o acesso a informações diversas e contribuem para o aprendizado dos procedimentos de pesquisa e de estudo. Saber extrair informações de textos e aprender com eles é uma condição para se tornar estudante. A atividade de produção do texto oral com destino escrito no gênero informativo é fundamental na alfabetização inicial, seguindo as pesquisas mais consistentes na área. "Ao participar desse tipo de situação de escrita, utilizando a linguagem, a organização e as expressões características, o estudante passa a se familiarizar com as maneiras de buscar e apresentar informações", explica Silvana Augusto. Além disso, ele tem mais uma oportunidade de analisar e refletir sobre o sistema de escrita e ainda entra em contato com informações variadas, explicações e curiosidades (leia o projeto didático).

Na Escola Alecrim, em São Paulo, a professora Anna Lúcia Schneider propôs um projeto sobre os polos norte e sul. Primeiro, ela explicou que o produto final da atividade seria um livro ilustrado e que cada um receberia uma cópia. Depois, tentou descobrir o que o grupo conhecia sobre o tema. Ela levou livros com informações sobre as regiões e os animais e pessoas que vivem nelas. Em seguida, formou duplas e pediu que cada uma pesquisasse sobre um aspecto dos polos (animais, clima etc.). Ela circulava pela sala para ver se alguém precisava de ajuda.

Todos eram estimulados a trocar informações e a mostrar para os colegas o que haviam descoberto. O passo seguinte foi a escrita coletiva. A cada texto finalizado, Anna Lúcia propunha uma discussão. As informações estão de acordo com o que lemos? Será que o leitor vai entender o que queremos dizer? Eles consultavam os livros para checar se estava tudo certo e se havia uma maneira melhor de construir o texto.

O trabalho com produção escrita deve ser uma prática continuada, na qual se reproduz o contexto cotidiano em que escrever tem sentido. É percebendo a função social da linguagem escrita, as características do comportamento escritor e a importância de trabalhar o texto que a criança vai avançar na compreensão da linguagem que usamos para escrever.
Todos aprenderam a produzir textos
Para que os alunos avançassem em leitura e escrita, a coordenadora pedagógica organizou e liderou a formação continuada dos professores
Anderson Moço


PARA APRENDER Adilma se reúne todo mês com a
equipe para estudar as didáticas de leitura e escrita.
Foto: Marcos RosaUm levantamento feito na EMEF Serafina Carvalho, em Itupiranga, a 572 quilômetros de Belém, mostrou que cerca de 80% dos pais dos alunos são analfabetos funcionais, ou seja, apresentam dificuldade para interpretar textos simples e praticamente não sabem escrever nada além do próprio nome. Naquela cidade, que fica à beira da rodovia Transamazônica, os moradores têm pouco contato com a escrita: placas indicando o nome das ruas são uma raridade e o comércio não usa letreiros nem divulga seus produtos em outdoors e cartazes. Biblioteca e banca de jornais e revistas não existem. As crianças da escola, contudo, tinham acesso a livros. Porém as atividades de leitura e escrita recebiam pouca atenção das professoras: faltava planejá-las em seqüências ou criar projetos que garantissem o aprendizado.


Formação continuada em produção de texto
A situação começou a mudar em 2006, quando a coordenadora pedagógica Adilma de Sousa Oliveira resolveu atacar o problema. Desde o início daquele ano, a equipe de 1ª a 4ª série foi convocada a participar de um programa de formação continuada. Em reuniões mensais, começaram a ser discutidas maneiras eficientes de ensinar as turmas a ler e a escrever. Em encontros quinzenais entre a coordenadora e cada uma das professoras, houve troca de informações sobre o desenvolvimento das atividades e ref lexão sobre as dificuldades encontradas diariamente em sala de aula.

Adilma tinha passado por um programa de capacitação promovido pelo Departamento de Formação Continuada da Secretaria Municipal de Educação, que contou com a assessoria do programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, de São Paulo (leia mais sobre a coordenadora no quadro da página 82). "Para mim, era um grande desafio assumir uma função que até então eu desconhecia: a de formadora. Apenas discussões e palestras aleatórias não levam os professores a mudar a maneira de ensinar. Era preciso um programa de estudos bem estruturado e montado de acordo com as necessidades de nossa escola", conta Adilma.

Diagnóstico das turmas

Para saber como estavam os alunos em relação à competência escritora, Adilma pediu que as professoras fizessem um relatório indicando as práticas de produção textual mais usadas, em que condições didáticas eram propostas e como os trabalhos eram avaliados. Além disso, ela analisou com cada uma as produções das crianças. No fim desse processo, o diagnóstico não foi nada favorável: os textos apresentavam-se confusos e ininteligíveis. Logo o resultado foi relacionado com as propostas de atividades que eram feitas às turmas: as professoras costumavam pedir redações depois de mostrar gravuras, passar um filme ou sugerir temas ligados a datas comemorativas. Não havia a preocupação com o gênero nem com o público para o qual a produção se destinava.

Adilma então elaborou um programa de formação com conteúdos encadeados e articulados e com pautas predefinidas para cada um dos encontros quinzenais. Ela queria fazer com que a equipe refletisse sobre a prática com base em questões relacionadas aos problemas de ensino e aprendizagem que encontravam.

Muita leitura

Nos primeiros encontros, os trabalhos se concentraram na análise de bons textos produzidos por estudantes da mesma faixa etária de outras escolas e na comparação com os que os da Serafina estavam produzindo. O passo seguinte foi conhecer propostas didáticas capazes de garantir que os alunos passassem a escrever de forma clara e com intenção comunicativa. "Mergulhamos em textos que falavam das melhores condições didáticas que levariam à aprendizagem. A equipe docente notou com isso que as atividades propostas deveriam ter a intenção de melhorar a produção textual", conta a coordenadora. Essa conscientização foi importante para que o corpo docente repensasse a prática, agora com base em um referencial teórico que ampliou a compreensão sobre o processo de ensino. "Eu já era professora havia muitos anos, mas foi nesse momento que aprendi o que era ensinar de verdade. Percebi a necessidade de explorar os gêneros. As crianças conseguiriam produzir bons textos se soubessem o porquê e para quem estavam escrevendo", conta Luciene Rodrigues Coutinho, professora da 1ª e 3ª séries.

O passo seguinte foi mostrar algumas práticas que não poderiam faltar no planejamento. Uma delas bem simples: ler todos os dias para a turma. "A formação continuada me mostrou a importância de ler em voz alta para que os estudantes conheçam os gêneros textuais e consigam escrever melhor", ressalta Rosilene Pereira, professora da 4ª série.




Rosilene Pereira, professora de 4º série."A formação continuada me mostrou a importância de ler em voz alta para que os estudantes conheçam os gêneros textuais e consigam escrever melhor."

Outra boa prática instituída em sala de aula foram os trabalhos de diferenciação, comparação e produção de textos. "Era preciso definir as características que definem, por exemplo, um texto informativo e o distinguem de uma parlenda ou de um conto e as atividades de escrita mais eficientes para ensinar cada um dos diferentes gêneros", explica Adilma. Pedir uma redação sem objetivos claros passou a fazer parte do passado.



Elielma Pereira, professora de 1ª série"Os alunos não avançavam na escrita, pois solicitava-se que escrevessem sem nenhum propósito. Hoje vejo a importância de definir o que vai ser escrito, para quem e para quê", conta Elielma Pereira, professora da 1ª série.

As revisões passaram a fazer parte do cotidiano das turmas. "Antes eu corrigia os textos com caneta vermelha. Hoje opto por revisões coletivas para que as crianças, também como leitoras, saibam se o que escreveram tem sentido", explica Rosimeire Souza de Oliveira, professora da 1ª e 3ª séries. "Primeiro escrevo no quadro o texto dos alunos, realizo várias leituras coletivas, destacando os aspectos discursivos, e aponto possíveis mudanças, mas são eles que decidem o que deve ser substituído e pelo quê", completa.




Rosimeire Souza de Oliveira, professora de 1ª e 3ª séries"Antes eu corrigia com caneta vermelha. Hoje faço revisões coletivas para que as crianças, como leitoras, saibam se o que escreveram tem sentido."

Organizar e repensar

Adilma sugeriu também que as professoras usassem projetos didáticos já testados por consultores, adaptando-os de acordo com as características e as necessidades de cada turma. "Ter modelos de boas atividades é uma das estratégias que permitem aos educadores aprender o quê e como ensinar", explica Ana Amélia Inoue, selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 na categoria Escola (leia o comentário da especialista no quadro da página ao lado). "As educadoras puderam transpor para a prática os conteúdos abordados na formação e ainda refletir sobre eles dentro do contexto da sala de aula."



Marlene da Silva Brito, professora de 4ª sérieO planejamento também foi um tema do programa de formação. "Aprendi que, para a turma avançar nas atividades de leitura e escrita, eu preciso organizar seqüências de atividades focadas na aprendizagem", conta Marlene da Silva Brito, professora da 4ª série. Em cada aula, deve haver um conteúdo a ser ensinado e um objetivo a ser alcançado, tudo planejado em detalhes. "Temos um plano de ação anual, em que nossas metas estão explicitadas. Além disso, nos reunimos mensalmente para elaborar as aulas que serão dadas nesse período e analisamos os principais problemas encontrados em sala", explica Adilma.

"Aprendi que, para a turma avançar nas atividades de leitura e escrita, eu preciso organizar seqüências de atividades focadas na aprendizagem."




PRODUÇÃO TEXTUAL Alunos da EMEF Serafina
Carvalho agora escrevem com propósito,
pensando no gênero e no leitor.A formação continuada dos educadores da EMEF Serafina Carvalho deu frutos em pouco tempo: o índice de aprovação nos primeiros anos do Ensino Fundamental saltou dos 57%, em 2004, para 87%, em 2007. Esse é um exemplo de como uma iniciativa como a de Adilma, focada na aprendizagem e nas necessidades da equipe, pode transformar a qualidade da Educação das escolas brasileiras.

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Quem é Adilma

Adilma de Sousa Oliveira tem 34 anos, é casada e mãe de três filhos (Jaiane 13 anos, Klysmann, 12, e Cristian, 10). Aos 15 anos, ela partiu com a família de Imperatriz, no Maranhão, para o Pará. Depois de se formar em Pedagogia, em 1998, prestou concurso para a rede pública de Itupiranga e foi dar aulas em sala multisseriada de uma escola rural, a 100 quilômetros da cidade. A distância e as estradas de terra precárias fizeram com que, para poder trabalhar, ela tivesse de deixar os filhos pequenos sob os cuidados da mãe. A rotina de lecionar longe e visitar a família uma vez por mês durou três anos. Depois desse período, Adilma assumiu a direção de outra escola rural - esta mais perto de casa e com melhor infra-estrutura. Em meados de 2005, assumiu a coordenação pedagógica da EMEF Serafina Carvalho e nesse mesmo ano começou a capacitação na Secretaria de Educação, que permitiu a ela elaborar o programa de formação e vencer o Prêmio Educador Nota 10.
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Palavra da especialista

Ana Amélia Inoue, selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 na categoria Escola, destaca a escolha acertada do foco do projeto de Adilma. "O grande mérito do trabalho foi enfatizar o conhecimento didático nos encontros planejados e mostrar como se ensina a elaborar textos de qualidade e como a criança aprende a produzi-los." Para a selecionadora, a iniciativa de Adilma atendeu às reais necessidades de aprendizagem das turmas e garantiu boas condições para que as professoras aprimorassem os conhecimentos didáticos. "Ela percorreu os passos necessários para propor um bom projeto de capacitação: fez uma análise junto aos docentes sobre a produção dos alunos e, com base no diagnóstico, elaborou um plano de formação continuada articulado ao desenvolvimento das ações em sala de aula", ressalta Ana Amélia.
Produzir texto sem escrever
Ao desempenhar o papel de escriba e pedir que os estudantes criem oralmente um texto, o docente trabalha o comportamento escritor, as diferenças entre a linguagem oral e a escrita e a importância de sempre revisar o que é produzido, individual ou coletivamente
Anderson Moço

PROFESSORA ESCRIBA Os alunos produzem um texto sobre os polos norte e sul, ditando as informações que pesquisaram em duplas. Foto: Marcos RosaPor anos, o ditado foi patrimônio do professor: um texto ou uma lista com o propósito de avaliar se a turma sabia escrever de acordo com as regras da ortografia. Isso mudou - tanto nos objetivos como na forma. Hoje, uma das quatro situações didáticas previstas pelos principais programas oficiais de alfabetização inicial é pedir que os alunos produzam textos oralmente para se perceberem capazes de escrever antes de estarem alfabetizados. Livres de questões relacionadas à grafia e ao sistema de representação, eles se concentram nos desafios da produção do texto: a definição do conteúdo, a adequação a um gênero e a organização da linguagem escrita.

"É importante criar espaços para que as crianças usem a linguagem escrita antes de ler e escrever, pois o conhecimento do sistema alfabético não é pré-requisito para a produção de texto, ou seja, não é preciso saber grafar as letras para organizar as ideias tal como se escreve", explica Silvana Augusto, formadora do Instituto Avisa Lá e professora do Instituto Superior de Ensino Vera Cruz, ambos em São Paulo. A criança que não sabe escrever de forma convencional está diante de uma situação-problema que permite a ela observar o desenvolvimento de seu processo de aprendizagem e da compreensão da linguagem escrita.

Conteúdo relacionado

Projetos Didáticos

Indicação literária
Reescrita de histórias conhecidas
Texto informativo sobre filhotes
Tudo sobre



Produção de texto
A elaboração de um texto vai muito além do registro gráfico. Durante o ditado para o professor, os alunos comandam a produção do texto no conteúdo e na forma - por meio das leituras e releituras do que já foi escrito - e fazem adequações na produção: incluem pausas, ritmo e velocidade, repetem partes quando necessário e distinguem o que dizem para ser escrito do que dizem como interlocutores, mudando o tom de voz. O texto que será grafado pelo professor precisa ter uma função comunicativa definida (a produção de um bilhete, a recomendação de um livro lido etc.). Essa situação didática deve fazer parte da rotina da alfabetização inicial, contemplando diferentes gêneros.

Indicação literária

Neste trabalho, o professor:
- Oferece às crianças espaço de troca de experiências e preferências.
- Seleciona um material de leitura de significativo valor estético.
- Propõe a produção de texto com propósitos comunicativos claros.

Diário da professora Carlene Fernandes Lima - Após a leitura de um livro que as crianças adoraram, pedi que elas me ditassem um texto de indicação literária, que anotei no quadro-negro. Na hora da revisão, elas foram percebendo expressões repetidas no texto e frases que precisavam ser alteradas, sugerindo como melhorar a narrativa. Fotos Marcos RosaUma atividade de ditado para o professor que não deve ficar fora do planejamento das aulas diz respeito à produção de textos de indicação literária, nos quais as crianças expõem sua opinião e aprendem a reconhecer e expressar preferências como leitoras. Elas ditam seu parecer sobre o material e os motivos para recomendar essa leitura. "É um comportamento usual entre as pessoas indicar os livros de que gostam mais. Ao fazer isso, a criança desenvolve critérios para a formação das preferências", ressalta Silvana Augusto (leia o projeto didático).

A produção precisa ter um destinatário real. Na EE Nelson Fernandes, em São Paulo, as indicações literárias fazem parte do planejamento de toda a escola. Semanalmente, as crianças escolhem uma das leituras realizadas para que seja produzida uma recomendação, que será encaminhada a outras turmas. No começo do ano, os alunos da 1ª série contam com a ajuda do professor para escrever o texto. Foi o que aconteceu com a sala da alfabetizadora Carlene Fernandes Lima após a leitura de A Fantástica Fábrica de Chocolate, do escritor galês Roald Dahl.

Por ser um livro grande, a professora passou mais de uma semana lendo diariamente um ou dois capítulos de cada vez. Terminada a leitura, Carlene abriu a conversa, estimulando a turma a expor suas ideias. O debate foi acalorado, as crianças se identificaram com o personagem principal, o menino Charlie, e partiu delas mesmas a iniciativa de escrever uma recomendação para a 1ª série C, prática que elas já estavam acostumadas a realizar.

- Como vamos começar esse texto? - perguntou a professora.

- A gente tem de contar um pouco da história para que eles também tenham vontade de ler - disse um aluno.

Todos, então, passaram a ditar uma descrição do enredo, muitas vezes utilizando expressões que tinham visto no livro. A cada nova passagem, Carlene relia o que estava escrito. "O papel do professor aqui é fundamental, pois, ao escrever no quadro-negro, ele explicita aos estudantes os comportamentos próprios de quem escreve", ressalta Silvana. Ele deve chamar a atenção sobre a estrutura, negociar significados e propor a substituição de palavras repetidas. Expressões como "e", "aí" e "daí" (marcas da oralidade) precisam ser trocadas por outras mais adequadas à linguagem escrita e que marquem a temporalidade e a causalidade, como "de repente".

Por fim, os pequenos ditaram os motivos que os levaram a escrever aquela recomendação e utilizaram expressões que estavam nos modelos de indicação literária que Carlene havia mostrado.

- Vamos colocar que esta é uma história encantadora e envolvente, que não deixa a gente perder a atenção - ditou uma das crianças.

Reescrita de história

Neste trabalho, o professor:
- Aborda questões relacionadas ao gênero e às características da linguagem escrita.
- Desenvolve o comportamento escritor: planejar, textualizar e revisar.
- Permite aos alunos que se sintam escritores e produtores de texto antes de saber grafá-lo.


Diário da professora Rozangela Barbosa Cardoso - Depois de lermos na sala de
aula vários livros com bruxas como personagens, os alunos produziram uma
versão própria. Num segundo momento, pedi que eles retomassem a história,
pois uma parte tinha ficado confusa. Para melhorar o texto, eles encontraram
respostas nos livros lidos, em que viram como os autores resolvem problemas
semelhantes. Fotos Ivan Amorim

As atividades de reescrita de textos diversos favorecem a apropriação das características da linguagem escrita, dos gêneros, das convenções e das formas. Planejadas com o objetivo de eliminar algumas dificuldades inerentes à produção de textos, consistem em recriar algo com base no que já existe.

"A reescrita não equivale a uma cópia porque a criança fará uma versão pessoal do texto fonte", explica Silva Augusto. No livro Aprender a Ler e Escrever, a pesquisadora argentina Ana Teberosky afirma que a orientação que se dá para a utilização do texto-modelo pressupõe que aprender a escrever é, sobretudo, aprender a reescrever.

Antes de propor essa atividade, o professor deve realizar situações de leitura de diferentes textos de um mesmo gênero para a ampliação do repertório linguístico dos alunos e a apropriação de suas características.

Foi o que fez Rozangela Barbosa Cardoso, da EM Sebastião de Mattos, em Umuarama, a 580 quilômetros de Curitiba. Professora da 2ª série, no início do ano ela se deparou com uma situação comum nas escolas brasileiras: menos de um terço de seus alunos estava no nível alfabético. Rozangela desenvolveu um projeto de reescrita de histórias de bruxas.

Em um primeiro momento, ela explicou que eles produziriam coletivamente um conto sobre bruxas e iniciou a leitura de diversos livros que tinham essa personagem. A cada conto finalizado, uma roda de conversa sobre o texto era realizada.

Depois a professora pediu que eles destacassem oralmente o que caracteriza uma história de bruxa. Ela escreveu no quadro-negro uma lista intitulada "Nas histórias de bruxas tem..." para que os alunos pudessem consultar as características que haviam encontrado.

O próximo passo foi começar a produzir o texto.

- Começa por "era uma vez", professora - disse um dos alunos.

- Mas será que a gente não consegue encontrar outro começo? Esse não é muito comum? Nas histórias que lemos, como os autores fizeram? - indagou a professora.

- Eles usam outras palavras. Que tal "um certo dia"? – propôs outra criança.

Esse tipo de intervenção da professora é de grande valia nas situações de produção. É importante ajudar a turma a perceber como se trabalha um texto, que tipo de reflexão deve ser feita na hora de escolher a forma e a sequência dos fatos e destacar as questões de estilo e de efeito que deve provocar no leitor (leia o projeto didático).

Os estudantes continuaram ditando a história até que a primeira versão fosse finalizada. No dia seguinte, a professora retomou a produção, relendo, grifando passagens e propondo que juntos tentassem melhorar o texto.

Terminada a segunda versão, Rozangela digitou no computador a história e, em outra aula, entregou uma cópia para cada um deles, pedindo que revisassem e tentassem encontrar partes que ainda precisavam ser trabalhadas.

"As crianças perceberam que precisávamos melhorar a coerência da narrativa para que o leitor não tivesse dúvidas. Sugeri que eles procurassem nos livros como os autores resolvem esses problemas. Depois da pesquisa, eles pediram, então, para alterar algumas expressões e acrescentar novas frases para que a história ficasse mais redonda."

Texto informativo

Neste trabalho, o professor:
- Propõe a pesquisa e a busca de informações.
- Explora as características do texto de caráter científico e informativo.
- Amplia o universo de conhecimento e informação do aluno acerca de um tema específico.


Diário da professora Anna Lúcia Schneider - Pedi que os estudantes pesquisassem
nos livros informações sobre os polos norte e sul para saber como vivem ali as
pessoas e os animais. Eles trabalharam em duplas e um deles ficou com a tarefa
de escrever o que ambos julgaram importante. Com os dados coletados na
pesquisa e a leitura feita por mim, eles produziram um texto informativo sobre a
vida de um bicho. Fotos Marcos Rosa

É muito importante que desde cedo os alunos tenham contato com uma boa variedade de textos informativos e de caráter científico, pois eles permitem o acesso a informações diversas e contribuem para o aprendizado dos procedimentos de pesquisa e de estudo. Saber extrair informações de textos e aprender com eles é uma condição para se tornar estudante. A atividade de produção do texto oral com destino escrito no gênero informativo é fundamental na alfabetização inicial, seguindo as pesquisas mais consistentes na área. "Ao participar desse tipo de situação de escrita, utilizando a linguagem, a organização e as expressões características, o estudante passa a se familiarizar com as maneiras de buscar e apresentar informações", explica Silvana Augusto. Além disso, ele tem mais uma oportunidade de analisar e refletir sobre o sistema de escrita e ainda entra em contato com informações variadas, explicações e curiosidades (leia o projeto didático).

Na Escola Alecrim, em São Paulo, a professora Anna Lúcia Schneider propôs um projeto sobre os polos norte e sul. Primeiro, ela explicou que o produto final da atividade seria um livro ilustrado e que cada um receberia uma cópia. Depois, tentou descobrir o que o grupo conhecia sobre o tema. Ela levou livros com informações sobre as regiões e os animais e pessoas que vivem nelas. Em seguida, formou duplas e pediu que cada uma pesquisasse sobre um aspecto dos polos (animais, clima etc.). Ela circulava pela sala para ver se alguém precisava de ajuda.

Todos eram estimulados a trocar informações e a mostrar para os colegas o que haviam descoberto. O passo seguinte foi a escrita coletiva. A cada texto finalizado, Anna Lúcia propunha uma discussão. As informações estão de acordo com o que lemos? Será que o leitor vai entender o que queremos dizer? Eles consultavam os livros para checar se estava tudo certo e se havia uma maneira melhor de construir o texto.

O trabalho com produção escrita deve ser uma prática continuada, na qual se reproduz o contexto cotidiano em que escrever tem sentido. É percebendo a função social da linguagem escrita, as características do comportamento escritor e a importância de trabalhar o texto que a criança vai avançar na compreensão da linguagem que usamos para escrever.

domingo, 4 de outubro de 2009

Melhores pensamentos de autores diversos
8, abril, 2009 2 comentários “O que o homem superior procura está dentro dele mesmo; o que o homem medíocre procura está nos outros.” (Françóis La Rochefoucauld)



“Para conduzir uma sinfonia às vezes é preciso dar as costas para a platéia.”



“Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer pouco.” (Edmund Burke)



“Otimista é aquele que olha nos seus olhos; pessimista é aquele que olha nos seus pés.” (Gilbert Keith Chesterton – Escritor inglês)



“Não basta apenas viver, é preciso sonhar” (Mário Quintana)



“Você não pode ser responsável pelas suas origens, mas é certamente responsável pelo seu futuro.”



“O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano” (Issac Newton)



“O homem nunca sabe o que é capaz até que é obrigado a tentar.”

(Charles Dickens)



“Os quatro ‘P’s’ do Sucesso são: Planeje com ousadia, Prepare-se com fé, Proceda com otimismo e Persista com persistência.”



“O que irei fazer hoje é importante porque estou pagando com um dia de minha vida para fazê-lo. O preço é alto, portanto tenho que fazer algo de valor.”

Admin Motivação, frases, pensamento
Algumas frases e pensamentos
8, abril, 2009 1 comentário “ Viva a cada dia na sua plenitude, os problemas de ontem estão escritos na areia, varridos fora da existência pela própria mão de Deus. As coisas do futuro que nossos corações possam temer podem ser resolvidas, todas, quando amanhã estiver aqui da nossa vida inteira, apenas estas horas – as horas de hoje – são inteiramente nossas próprias, então a cada por do sol. Há muita razão para dizer:

Obrigado Deus por suas dávidas – Antes de tudo, por este dia.”



“Quem entra para trabalhar sorrindo, cativa

Quem entra de mau humor, espanta

Quem sai de casa sorrindo, fará amigos

Quem sai de casa triste, afasta e enxota.”



“Quando compreenderes que a tua vida é o resultado do teu dever, nada fará com que deixes de cumprir com tuas obrigações”



“O trabalho afasta de nós três grandes males: o aborrecimento, o vício e a necessidade.” (Voltaire)



“O caracter de uma pessoa se mede pela capacidade que ela tem de dizer OBRIGADO! “



“O destino não é uma questão de sorte mas uma questão de escolha, não é algo para ser esperado mas sim para ser alcançado”



“Não vale o que temos

Nem o que sabemos

Nem o que fazemos

Vale o que somos.”




Admin Motivação, frases, pensamento
SER OU NÃO SER FELIZ, UMA QUESTÃO PESSOAL
11, março, 2009 1 comentário O escritor francês Fénelon declarou certa vez que o mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga, porque a desgraça depende menos das coisas que sofremos do que da imaginação com que aumenta a própria infelicidade. E ele tinha razão ao dizer isso, há 200 anos, como teria se dissesse isso hoje. Pois o mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga ser. Porque felicidade e infelicidade decorrem de estados mentais ou de estado de espírito.



Não são os acontecimentos em si que fazem alguém ser feliz ou infeliz, mas a idéia que faz desses acontecimentos. Basta a gente observar e ouvir. Para os pessimistas ou tristes, os ventos gemem. Para os otimistas, os alegres, eles cantam. É uma questão de percepção, de postura mental, pessoal. Claro, pode-se errar, fracassar, até fazer besteiras, que ninguém é perfeito. Permanecer um eterno nocauteado é estar com nada nos dias de hoje. É preciso levantar, reiniciar a luta, dar um novo rumo ao barco da existência. Esta precisa ter um objetivo. Ficar chorando o leite derramado não leva a lugar nenhum. Por tudo isso percebe-se que é a mente que faz a felicidade ou a destrói, que constrói o sucesso ou cria a depressão. Enfim, é a mente que direciona a própria vida, o pensar positivo ou negativo da pessoa.



Por isso, é importante que cada indivíduo preste atenção ao conteúdo de suas reflexões diárias a respeito de si, dos fatos, das situações, dos preconceitos que cultiva, da raiva que tem do mundo. Se alguém vive se queixando da vida, de que ninguém lhe quer bem, que não gosta do dia porque faz calor e da noite porque não tem sol, que vê fantasmas e demônios por toda parte, que critica Deus e todo mundo, que olha tudo com lentes escuras, que pensa que tudo vai dar errado, certamente irá de mal a pior, pois o que planta e cria na mente colherá na realidade.



“O mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga” foi sabiamente interpretado por Fénelon. Ao tomar-se como infeliz, a pessoa será infeliz, já que é assim que pensa ser. Então, por que não inverter a frase: O mais feliz dos homens é aquele que assim se julga? E a conclusão desta verdade afirmará que o mundo criado na mente é o mesmo que se expressa na vida real.



Bom, mas se é assim, por que não inundar a mente, a alma, o coração com as energias da felicidade? Por que não proclamar este estado mental aos quatro cantos do mundo, dizendo que estamos bem com a vida, com as pessoas; que sabemos apreciar uma manhã de sol, o brilho das estrelas à noite, a inocência das crianças, a imensidão do mar, azul do céu, o mistério que paira em cada abismo humano, a capacidade de trabalho do companheiro que ancorou conosco, lado a lado, no mesmo porto desta empresa?



Certamente, este estado mental trará consigo o efeito correspondente. Imaginar a felicidade batendo à nossa porta é uma questão de ser ou não ser feliz. Agora deixá-la entrar e instalar-se pela nossa vida adentro é uma questão de opção pessoal e de bom senso.



Admin Motivação, Vida, reflexão
Desiderata (Oração do Cid Moreira)
7, março, 2009 Sem comentários “ Siga tranqüilamente, entre a inquietude e a pressa, lembrando-se de que há sempre paz no silêncio. Tanto quanto possível sem se humilhar, mantenha boas relações com todas as pessoas.

Fale a sua verdade mansa e claramente e ouça a dos outros, mesmo a dos insensatos e ignorantes, pois eles também têm sua própria história.

Evite as pessoas escandalosas e agressivas; elas afligem o nosso espírito.

Se você se comparar aos outros você se tornará presunçoso e magoado, pois haverá sempre alguém superior e alguém inferior a você.

Você é filho do Universo, irmãos das estrelas e árvores. Você merece estar aqui. E mesmo sem perceber a Terra e o Universo vão cumprindo o seu destino.

Desfrute das suas realizações, bem como dos seus planos, mantenha-se interessado em sua carreira ainda que humilde, pois ela é o ganho real na fortuna cambiante do tempo, tenha cautela nos negócios, pois o mundo está cheio de astúcia, mas não se torne um céptico, porque a vida sempre existirá muita gente luta por altos ideais e em toda a parte a vida está cheia de heroísmos. Seja você mesmo, principalmente não simule afeição nem seja descrente no amor porque mesmo diante de tanta aridez e desencanto ele é tão perene quanto a relva.

Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os arroubos inovadores da juventude. Alimente a força de espírito que o protegerá no infortúnio inesperado mas não se desespere com os perigos imaginários. Muitos temores nascem do cansaço e da solidão e, a despeito de uma disciplina rigorosa seja gentil para consigo mesmo. Portanto, esteja em paz com Deus como quer que você o conceba. E quaisquer sejam os seus trabalhos e aspirações, na fatigante confusão da vida, mantenha-se em paz sua própria alma apesar de todas as falsidades, fadigas e desencantos, o mundo ainda é bonito.

Seja prudente, faça tudo para ser feliz.”
DESIDERATA


“No meio do barulho e da agitação, caminhe tranqüilo pensando na paz que você pode encontrar no silêncio.
Procure viver em harmonia com as pessoas que estão ao seu redor, sem abrir mão da própria dignidade.
Fale a sua verdade, clara e mansamente.
Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.
Evite as pessoas agitadas e agressivas, elas afligem o nosso espírito.
Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você,
isso o tornaria superficial e amargo.
Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.
Conserve o interesse pelo seu trabalho, por mais humilde que seja ele é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos tempos.
Seja prudente em tudo que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas.
Mas, não fique cego para o bem que sempre existe.
Há muita gente lutando por nobres causas.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo, sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor
Patrocine esta palavra.
Em breve...
numa brincadeira, pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
Cultive a força do espírito. Você estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte adversa.
Não se desespere com perigos imaginários.
Muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina, conserve para consigo mesmo uma imensa bondade.
Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui.
E mesmo se você não pode perceber, a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.
Procure, pois, estar em paz com Deus seja qual for o nome que você Lhe der.
No meio dos seus trabalhos e aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve no mais profundo do ser a harmonia e a paz.
Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado e partilhe com os outros a sua felicidade.
Faça tudo para ser feliz.”




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A LONGA JORNADA DE "DESIDERATA" - Parte III
Sáb, 07 de Fevereiro de 2009

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A LONGA JORNADA DE "DESIDERATA" - Parte III
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Última atualização em Sáb, 07 de Fevereiro de 2009 13:36

Comentários (3) |Registered |2009-02-08 10:10:15 Bruxa_dos_Contos
'Evite as pessoas agitadas e agressivas, elas afligem o nosso espírito. ' - Eu sei, estou evitando .. rs
'não simule afeição' - Isso é triste. Ô pobreza de espírito de quem faz isso, viu !
'seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.' - Isso os filhos ensinam à gente ... rs
'Cultive a força do espírito' - Sempre !
'Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui.'-Q lindo !!! É bom honrar esse merecimento. Tem gente q n sabe fazer isso !
|Registered |2009-02-08 10:12:13 Bruxa_dos_Contos
'Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.'-É lindo ! Pena de quem n consegue enxergar.

Não conheica esse poema, moço. Vi mt coisa do Cid Moreira, mas este não.
É lindo, mas acho q o original, da parte II, toca mais. Não sei explicar pq, mas ele parece mais espiritual !

Obrigada por compartilhar conosco.

Beijo da Bruxa
|Registered |2009-02-17 18:36:40 Nadi
:sigh Ah, meu amigo,como eu gostaria que mais gente conseguisse sentir a natureza; que fazemos pare de um todo,que é tudo....É difícil fazer alguém entender isso.
Muito lindo.
Abraços
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sábado, 3 de outubro de 2009

Você é filho do Universo...
Irmão das estrelas e árvores...
Você merece estar aqui.
E mesmo se você não pode perceber...
A Terra e o Universo vão cumprindo seu "Destino".
.................................
Titulo da Música: Amanhã
Artista:Guilherme Arantes
Letra:


Amanhã será um lindo dia, da mais louca alegria

Que se possa imaginar, amanhã redobrada a força
Pra cima que não cessa, há de vingar


Amanhã mais nenhum mistério, acima do ilusório

O astro rei vai brilhar, amanhã a luminosidade

Alheia a qualquer vontade, há de imperar, há de imperar


Amanhã está toda a esperança por menor que pareça
O que existe é pra festejar, amanhã apesar de hoje
Ser a estrada que surge, pra de trilhar


Amanhã mesmo que uns não queiram será de outros que esperam
Ver o dia raiar, amanhã ódios aplacados temores abrandados
Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.

Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direção um velho sábio. E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse.
Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:

- Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor.
- Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.
- Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.
- Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.
- Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?

Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor. Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:
- Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos.
- Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos. Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.
- Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura.
- Não verei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.

Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade:
- Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?
- O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.
- É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.

A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal.
O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.
O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal.
As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem... Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.

O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.
Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.




Postado por VAN às 15:57 0 comentários
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Quarta-feira, 16 de Setembro de 2009
Cuando me enamoro-Gigliola Cinquetti





Postado por VAN às 16:50 0 comentários
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Sexta-feira, 11 de Setembro de 2009
Siga seus sonhos


Siga seus sonhos

Tenho um amigo chamado Monty Roberts, que tem um rancho em San Isidro. Ele me emprestou sua casa para realizar eventos com a finalidade de levantar dinheiro para programas em prol de jovens em perigo.

Da última vez que estivemos lá, ele me apresentou dizendo:

-Quero dizer-lhes porque deixo Jack usar minha casa. Isso remonta a uma história de um jovem rapaz, filho de um treinador de cavalos itinerante, que vivia de estrebaria em estrebaria, de pista de corridas em pista de corridas, de fazenda em fazenda e de rancho em rancho, treinando cavalos. Consequentemente, o curso de segundo grau do garoto era constantemente interrompido. Quando estava em último ano, lhe pediram que escrevesse sobre o que queria ser e fazer quando crescesse.

"Naquela noite, ele escreveu sete páginas sobre seu objetivo de algum dia possuir um rancho de cavalos. Descreveu seus sonhos com riqueza de detalhes e até fez o desenho de um rancho de oitenta hectares, mostrando a localização de todos os prédios, as estrebarias e a pista. Então, desenhou em detalhes a planta baixa de uma casa de quatrocentos metros quadrados, que edificaria nos oitenta hectares do rancho de seus sonhos."

"Ele colocou seu coração no projeto e no dia seguinte entregou-o ao professor. Dois dias depois recebeu sua folha de volta. Na página frontal havia um grande F vermelho e uma mensagem que dizia:
'Procure-me depois da aula.'"

O garoto do sonho foi ver o professor depois da aula e perguntou:

-Por que recebi um F?
O professor disse:
-Este é um sonho irreal para um rapaz como você. Você não tem dinheiro, vem de uma família itinerante. Não temos recursos. Ter um haras requer muito dinheiro. Você tem que comprar a terra. Tem que comprar os primeiros animais e, mais tarde, terá que pagar impostos enormes. Não há como você possa realizar isso algum dia. - E o professor acrescentou: - Se reescrever estas folhas com um objetivo mais realista, reconsiderarei sua nota.

O garoto foi para casa e pensou muito naquilo.
Perguntou a seu pai o que deveria fazer. Seu pai disse:
- Olhe, filho, você tem que decidir isso sozinho. No entanto, acho que é uma decisão muito importante para você.

Finalmente, depois de sentar-se diante do trabalho por uma semana, o garoto devolveu o mesmo papel, sem fazer nenhuma mudança. E declarou:
- Pode ficar com seu F, que eu ficrei com meu sonho.

Monty voltou-se para o grupo e disse:

- Estou lhes contantdo esta história porque estão sentados em minha casa de quatrocentos metros quadrados, bem como no meio de meu haras de oitenta hectares. Ainda tenho aquele trabalho escolar emoldurado em cima da lareira.

E acrescentou:

- A melhor parte da história é que, há dois verões, aquele mesmo professor trouxe trinta garotos para acampar no meu rancho durante uma semana. Quando estava indo embora, o professor disse:
- Olhe Monty, posso dizer-lhe isso agora. Quando era seu professor, eu era um tipo de ladrão de sonhos. Durante aqueles anos, roubei os sonhos de uma porção de alunos. Felizmente, você teve juízo suficiente para não desistir dos seus.

Não deixe que ninguém roube seus sonhos. Siga seu coração, não importa o que aconteça.

Jack Canfield

Eu Van declaro que nunca permiti que ninguém roubasse os meus sonhos, isso não quer dizer que não tentaram rsrs


Postado por VAN às 05:43 0 comentários
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Terça-feira, 25 de Agosto de 2009
ORAÇÃO A DEUS SOBRE A TOLERÂNCIA



Já não é aos homens que me dirijo, é a ti, Deus de todos os seres, se é que é permitido a criaturas frágeis perdidas na imensidão, e imperceptíveis ao resto do universo, atreverem-se a pedir-te alguma coisa, a ti que tudo deste, a ti cujas leis são imutáveis como eternas. Tem piedade dos erros que fazem parte da nossa natureza: que esses erros não sejam as nossas desgraças.
Não nos deste um coração para odiarmos nem uma mão para degolarmos; faz com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida penosa e passageira; que as pequenas diferenças entre as roupas que cobrem o nosso corpo débil, entre todas as nossas línguas insuficientes, entre todos os nossos hábitos ridículos, entre todas as nossas leis imperfeitas, entre todas as nossas opiniões insensatas, entre todas as nossas situações tão desproporcionadas aos nossos olhos e tão iguais aos teus; que todas essas pequenas diferenças que distinguem os átomos chamados homens não sejam sinais de ódio nem de perseguição...
Que todos os homens possam lembrar-se de que são irmãos! Que tenham horror à tirania exercida sobre as almas, assim como detestam a depredação que arrebata pela força o fruto do trabalho e da indústria tranqüila!
Se as calamidades da guerra são inevitáveis, não nos odiemos, não nos destruamos uns aos outros no seio da paz, e utilizemos a nossa existência para abençoarmos igualmente, em mil línguas diferentes, do Sião a Califórnia, a tua bondade que nos concedeu nesse instante!

“Tratado da Tolerância” de Voltaire, 1763


Postado por VAN às 14:57 0 comentários
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OLHAI OS LÍRIOS DOS CAMPOS



Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arrannha-céus se não há mais almas humanas para morar neles? (...)

É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu, (...)

É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão, (...)

Quando falo em conquista, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação.

Érico Veríssimo. Olhai os lírios do campo.
80.ed.São Paulo: Globo.1999

Postado por VAN às 13:48 0 comentários
Marcadores: Reflexão
Sábado, 22 de Agosto de 2009
RESPOSTA DUM HOMEM DO MUNDO DE 1978: JÚLIO ROBERTO



Ao ler a carta do Chefe Seattle, talvez muitas pessoas tenham formulado no pensamento,uma forma de resposta, principalmente porque os fatos ocorreram e se precipitaram no rumo da destruição. Uma resposta, pelo menos foi escrita. É quase um lamento pelo homem, sua terra, seu destino.

Amigo Seattle:
Li a sua carta escrita em 1854 ao grande Chefe Branco de Washington.
Soou um homem de 1978 que vive num mundo, como tu previste, em decadência e destruição.
Já não ouço o sussurrar do vento nem a discussão noturna das rãs nos charcos da selva. Já nem temos selva.
As flores murcharam, ás arvore agonizam, os pássaros fogem e os insetos deixam de zumbir.
Bem sei que sou um homem enjaulado numa cidade e tu vivias nas pradarias, lá os bisontes e noitibós te alimentavam o corpo e a alma.
Os rios, para ti sagrados, são hoje para mim apenas uma viagem de infância. Neles em vez de peixes fazendo corridas e acrobacias, eu vejo o lixo da nossa civilização, os detritos deste mundo, as opulências mortas de uma humanidade que se afunda vertiginosamente na era do plástico.
Olho as estrelas e o luar. Parecem mais distantes do que são, e os meus olhos desabituados já de os observar, cansam-se facilmente. Não tenho, como tu tinhas, esse poder de olhar de frente o sol, de receber a sua luz e o seu calor sem me cegar.
As águias, vi uma ou outra, como se fossem já animais pré-históricos, aturdidas e confusas, sem perceber o que fizemos desta Terra.
Meu amigo Seattle, a tua carta é já de agora.
Tu não tiveste automóvel, nem indústrias, nem chauffage, nem televisão, nem jornais, nem os bens da civilização. Não soubeste o que é voar num avião a jato, a 1000 km por hora. Também não tinhas pressa.
Não soubeste o que é ir à Lua. Também não precisavas.
Não soubeste também, de certeza, o que é procurar na noite o repouso cansativo duma diversão barulhenta a que chamam de música, é onde a angustia é a única sensação que fica. Tu sabias lá o que era angústia.
Vivo na cidade, nestes monstros de pedra, ruas, barulhos e gente aos gritos, a correr e a atropelar-se, para, ao que dizem, ganhar a vida. Certamente tu dirias para a perder.
Mesmo aquela relva que, às vezes, ainda havia nas cidades, vai desaparecendo. As árvores que já depois de tu escreveres a tua carta, ainda enfeitavam os lados das ruas, vão desaparecendo. Sabes por quê? Porque é preciso alargar as pistas para os automóveis, pois, segundo dizem, circular é viver.
E o mar, esse, sobretudo o que vinha dantes banhar as nossas praias e namorar a areia branca, vem agora suja-la, com o lixo que lhe deitam dentro. Tem um ar triste, de um mendigo que,as vezes, se revolta e destrói as grandes construções dos nossos engenheiros.
Ah! Meu querido amigo selvagem! Como eu, que não vivi no seu tempo, nem das tuas pradarias, tenho saudade da tua Terra sagrada, (...)


Apud: Poema ecológico. Lisboa, Edições Itau, 1978


Postado por VAN às 15:19 0 comentários
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Sábado, 15 de Agosto de 2009
Amigo do sol,amigo da lua - Benito Di Paula




Amigo do Sol, Amigo da Lua
Benito Di Paula
Composição: Benito Di Paula / Márcio Brandão

E ê criança presa ê, brinquedos de trapaças
Quase sem história pra contar
Você criança tão liberta me tire dessa peça,
E assim ter história pra contar
Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
Em cantos cantigas canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar

Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
Encantos cantigas canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar

Vem amigo nadar nos rios
Vem amigo plantar mais lirios
No vale no mato e no mundo vamos brincar
Vem amigo nadar nos rios

Vem amigo plantar mais lirios
No vale no mato e no mundo vamos brincar

Postado por VAN às 18:34 0 comentários
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