sábado, 13 de junho de 2009


Marido de mulher que morreu após plástica espera laudo do IML
Vítima morreu uma semana após cirurgia no Hospital das Clínicas.
Laudo do IML sobre a causa da morte deve sair em 40 dias.

Roney Domingos
Do G1, em São Paulo
Tamanho da letra
A- A+


O Instituto Médico-Legal (IML) só deverá divulgar dentro de 40 dias a causa da morte da ex-modelo Adriane Mabi Iafrate, de 35 anos, que morreu nesta segunda-feira (9) sete dias após passar por cirurgia plástica no Hospital das Clínicas.



A informação sobre o prazo é do marido dela, o comerciante Vagner Iafrate. De acordo com ele, o IML considera a causa da morte, por enquanto, indeterminada.

O comerciante estranhou as informações que ele diz ter ouvido no IML, deando conta de que Adriane tinha problemas no fígado e respiratórios antes da cirurgia. “Disseram que minha esposa tinha problemas de saúde, que agravou o fígado e que ela tinha insuficiência respiratória antes da cirurgia. Minha esposa se cuidava todo o mês. Se ela tivesse gripe, ela ia ao médico. Estávamos preparadíssimos para fazer essa cirurgia. Os exames que o médico e o anestesista pediram, nós fizemos”, afirmou o marido.

Iafrate ainda não decidiu se vai tentar responsabilizar o hospital ou os médicos pela morte de Adriane. “Vou esfriar a cabeça e pensar direitinho, mas não quero deixar isso impune”, disse. O comerciante afirmou que a cirurgia foi paga, mas disse que não pode revelar o valor, de acordo com ele, próximo dos valores de mercado.



O comerciante também reclamou da falta de informações oficiais sobre o caso. "Esse país não oferece nada para nós. Não temos o direito de buscar informações", disse. De acordo com ele,Adriane sonhava há tempos com a cirurgia. "Ela era perfeita. O único problema dela era psicológico, de querer fazer a cirurgia", afirmou o marido.



Iafrate disse que ouviu de um legista no IML a seguinte afirmação, que o deixou revoltado: “se a tua esposa estivesse lavando louça, ela não tinha sido internada para fazer lipoescultura e não tinha pego infecção e não teria chegado a óbito”. O IML informou que está apurando o ocorrido para verificar como vai se posicionar sobre a alegação do comerciante.



O marido e a sogra de Adriane também dizem que o médico responsável pela cirurgia em Adriane no Hospital das Clinicas examinou a paciente depois que ela foi internada no Hospital de São Mateus. Eles temem que a intervenção prejudique as informações sobre a causa da morte.



saiba mais
Especialistas em cirurgia plástica são minoria em processos, diz pesquisa Pacientes que levam manequim e foto de atriz são curiosidades da cirurgia plástica
--------------------------------------------------------------------------------
A sogra de Adriane, Sueli Iafrate, conta que ela foi modelo durante a juventude e continuava em forma, mas insistiu em se submeter à cirurgia para agradar o marido.

“Ela era linda. Foi modelo. Era como se a gente visse uma boneca”, disse emocionada. Sueli disse que o casal estava junto há três anos, tem um filho de dois anos e eram apaixonados. “Ele a chamava de ‘Vida’ e ela o chamava de ‘Amor’”, disse.



Foto: Reprodução/ G1 Imagem da modelo Adriane Iafrate, que morreu após passar por cirurgia no Hospital das Clínicas (Foto: Reprodução/ G1)Segundo os familiares, na tarde de terça-feira (3), ela começou a sentir-se mal. Entretanto, apenas na madrugada de quinta-feira (4) ela foi a um hospital na Zona Leste.



A sogra afirma que ela recebeu todo o atendimento necessário no Hospital Geral de São Mateus.



O HC informou que, na quarta-feira (4) a paciente telefonou ao médico que fez a cirurgia reclamando de dores e foi orientada a tomar os analgésicos prescritos e a voltar para o hospital onde se operou, mas ela não compareceu ao local.



Três intervenções

O padrasto de Adriane, o mecânico de manutenção Antonio Cemenzin, de 66 anos, disse que ela fez lipoaspiração no abdômen e plástica nos seios e no bumbum. Cemenzin diz que Adriane, após passar mal e ser internada, começou a ficar com o corpo inchado e os órgãos foram parando de funcionar.



Desde que ela entrou no hospital, ficou sedada e os parentes não conseguiram mais falar com a dona-de-casa, segundo conta o padrasto. A família diz que os médicos afirmaram que a paciente teve infecção, mas a causa da morte ainda não está confirmada.

Os parentes eram contra a cirurgia, mas ela insistiu em fazer o procedimento. “Ela não precisava, era bonita, tinha um corpo legal. Todo mundo da família foi contra, mas era o que ela queria”, disse o padrasto. “Depois que ela ganhou bebê ficou dizendo que queria ter um corpo mais bonito”, acrescentou.



O filho de Adriane, que tem 2 anos, pergunta pela mãe, mas a família ainda não sabe como falará sobre a morte com ele. De acordo com Cemenzin, Adriane não sofria de problemas de saúde grave, mas tinha bronquite. Segundo familiares, o enterro será realizado às 10h de quarta-feira no Cemitério de Vila Alpina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário