terça-feira, 16 de junho de 2009


Garanhuns quer combater poluição dos rios



Integrantes do Pernambiental ouviram diversas autoridades



GARANHUNS - A poluição das nascentes dos rios é o problema ambiental mais grave nesta cidade agrestina, segundo autoridades municipais. Essa foi uma das questões discutidas na audiência pública promovida pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembléia, no último dia 20, como parte do cronograma de ações do Programa Pernambiental. A iniciativa, elaborada pelo colegiado em parceria com entidades governamentais e não-governamentais, pretende tornar Pernambuco o primeiro Estado do Norte-Nordeste a consolidar um plano estadual de políticas públicas ambientais, a exemplo do Paraná e do Rio Grande do Sul.

A audiência pública em Garanhuns foi precedida de oficinas com a participação de representantes de sete municípios do Agreste Meridional. Secretários municipais, integrantes de ONGs e da sociedade civil apontaram a implantação da educação ambiental e de saneamento, além da destinação adequada dos resíduos sólidos entre os principais desafios da localidade. Presidente da Comissão, a deputada Ceça Ribeiro (PSB) afirmou que a contribuição das cidades foi muito rica. "Essa é a primeira região a colocar a educação ambiental como prioridade máxima. Isso é fundamental para construir um novo modelo de gestão ambiental para o Agreste Meridional", salientou a parlamentar.

O encontro do Pernambiental motivou a antecipação do Fórum Regional de Meio Ambiente, evento que aconteceria no fim do ano, para o próximo dia 15 de agosto. Para Ceça Ribeiro, essa decisão revela que o debate iniciado pelo colegiado sensibilizou as autoridades locais. O 1o vice-presidente da Assembléia, deputado Izaías Régis (PTB), destacou a participação dos alunos da 7a série da Escola Estadual Francisco Madeiros na reunião, promovida na sede do Conselho de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam). "A questão do meio ambiente está muito ligada à educação. É importante que os jovens estejam à frente desse debate, pois o futuro deles também está em jogo", enfatizou. Régis analisou as mudanças ao longo dos anos no ecossistema do Agreste Meridional. "No passado, esta era uma região de matas, mas hoje existem poucas árvores e os rios só têm água na época das chuvas. Garanhuns não tem sequer uma reserva ecológica", apontou. O deputado fez um apelo aos estudantes para que ajudem a plantar mudas de árvores em toda a cidade.

Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Garanhuns, Rafael Lima, que também representou o prefeito da cidade no evento, é preocupante o nível de contaminação das nascentes dos rios e fontes de água mineral pelo despejo de esgoto. "Estamos tentando isolar as nascentes e vamos concluir o saneamento de quatro bairros, atendendo a 33% da cidade. Temos ainda projetos que dependem de recursos federais para alcançarmos 60% de área saneada", informou.

A questão do destino dos resíduos sólidos preocupa as autoridades locais. Representantes dos municípios de São João, Angelim, Canhotinho, Jurema, Iati e Tupanatinga elegeram o problema como a quinta maior prioridade. Em Garanhuns, os entulhos da construção civil não são removidos adequadamente pela população. O vice-presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema), Marcos Renato Franzosi, relatou que a cidade também carece de uma usina de reciclagem. "Em apenas um mês, são preenchidas cem carretas com entulhos de construção. O reaproveitamento desse material pode ser lucrativo para todos os municípios", argumentou.

Além desses enfoques, a precária fiscalização ambiental foi analisada no encontro. As cidades defendem a criação de secretarias específicas para tratar a questão do meio ambiente e mais integração entre os órgãos federais, estaduais e municipais do segmento. Corrigir falhas no repasse do ICMS Socioambiental é outro assunto que será analisado em conjunto com a Secretaria Estadual da Fazenda.

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