quinta-feira, 11 de junho de 2009

Estresse Pedagógico
Sabe aquele professor apático, cansado e irritado?
Ele nem sempre foi assim. Ele já foi alguém animado e comprometido com a sua profissão. Ele já foi um profissional responsável e perseverante.
O que terá acontecido no seu percurso que o tornou um profissional tão “apagado”?

São muitas as explicações e certamente todas elas terão alguma relação com esse quadro. Porém, quero me deter aqui em um aspecto que já há algum tempo tem me preocupado e por isso mesmo tornou-se para mim, leitura obrigatória nesses últimos meses.
Trata-se da Síndrome do Esgotamento Profissional ou como é mais conhecida atualmente, Síndrome de Burnout.





Foi o psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger quem descobriu essa síndrome no início dos anos 70.

É uma síndrome na qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, fazendo com que não se importe mais com qualquer coisa relacionada à sua função. Para alguém nesta condição, qualquer esforço lhe parece inútil.

É uma reação à tensão emocional gerada pelo contato direto e excessivo com outros seres humanos. Por isso mesmo acomete, principalmente, profissionais que exercem suas funções em contato direto com outras pessoas. Daí os profissionais da educação serem tão vulneráveis a esta síndrome. Policiais, agentes penitenciários e profissionais da saúde também são apontados como grupo de risco pelos estudiosos desse assunto.

A síndrome é tida pelos estudiosos como um conceito multidimensional que envolve três aspectos:

Exaustão emocional: situação em que os trabalhadores sentem que não podem dar mais de si mesmos. Percebem esgotada a energia e os recursos emocionais próprios, devido ao contato diário com os problemas;
Despersonalização: desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas, tratando as pessoas destinatárias do trabalho (usuários/clientes) como objetos;
Falta de envolvimento pessoal no trabalho – tendência de uma “evolução negativa” no trabalho, afetando a habilidade para a realização do trabalho e o atendimento, ou contato com as pessoas usuárias do trabalho, bem como a organização.
É interessante observar que o aparecimento da síndrome não está diretamente ligada a jornada de trabalho. É uma questão de qualidade e não quantidade. Se você trabalha muitas horas por dia mas sente-se motivado com o seu trabalho provavelmente não irá desenvolver a síndrome. Já por outro lado, se você trabalha poucas horas por dia, mas está insatisfeito com o seu trabalho é um forte candidato a adquirir a síndrome.

Qual o perfil do profissional com Burnout?

Geralmente são aqueles profissionais mais dedicados, exigentes e responsáveis. Como são pessoas de alto nível profissional, cobram muito de si mesmos e acabam entrando em estresse ocupacional, ou seja, a um passo para adquirir a síndrome de Burnout.

Quais as causas?

As causas ainda não estão muito claras, mas podemos encontrar entre as mais prováveis as associadas a:

Falta de autonomia no desempenho profissional;
Problemas de relacionamento com colegas, chefes e clientela;

Falta de cooperação no trabalho em equipe;
Sensação de desqualificação profissional.
Quais os sintomas?

Os sintomas variam bastante de indivíduo para indivíduo. Mas os principais são:

Irritação permanente;
Desmotivação profunda;
Desinteresse;
Dificuldade de concentração;
Cansaço excessivo;
Comportamento paranóico ou agressivo;
Aumento no consumo de álcool, café e remédios.
Na Revista Época Negócios do mês passado foi publicado um teste que ajuda o profissional descobrir se apresenta algum sintoma da Síndrome de Burnout. Para fazer o teste clique aqui.




Deu pra perceber que Burnout é um esgotamento físico e mental ligado ao desempenho profissional. Mas, atenção, não podemos confundir com um simples estresse ou mesmo com a depressão.O estresse por exemplo, é um esgotamento pessoal que interfere na vida do sujeito. Já a síndrome de Burnout envolve condutas negativas relacionadas ao exercício profissional da pessoa. Seus efeitos são bem piores e se não for tratada a tempo, poderá levar a ações extremas e irreversíveis.

Essa síndrome pode atacar tantos os recém – formados quanto os profissionais mais experientes. Os mais jovens, por iniciarem a carreira com um grande idealismo, o qual na maioria das vezes não corresponde à realidade, levando-os, portanto a desenvolverem a síndrome. Já os profissionais que contam com mais tempo na carreira, têm contra si a saturação profissional que os impede de fazer tudo aquilo que gostariam profissionalmente.

Fases da Síndrome de Burnout

Podemos perceber 4 fases de desenvolvimento da Síndrome de Burnout. São elas:

Fase 1: do idealismo e entusiasmo, com expectativas excessivas em relação aos resultados profissionais;.
Fase 2:do progressivo estancamento e queda a respeito das expectativas iniciais. Nessa fase os sintomas da síndrome já são nítidos tanto que as pessoas a sua volta (amigos, colegas e familiares) começam a perceber que algo está errado.
Fase 3: da decepção e frustração. A pessoa se sente constantemente irritada, desmotivada e cansada física e mentalmente.
Fase 4: da apatia. Esta é a fase da cristalização da síndrome na qual a pessoa pode ser levada a comportamentos autodestrutivos. O tratamento quase sempre requer o afastamento do trabalho.
Tratamento

Geralmente o tratamento é psicoterápico. Remédios são prescritos somente nos casos mais graves de ansiedade e depressão.

Para ler mais sobre esse assunto consulte os seguintes artigos:

Conheça a síndrome do desgaste profissional

Dicas para prevenir a síndrome de Burnout

Esgotamento Total





Postado por Magna às 22:24 0 comentários Links para esta postagem

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