sábado, 3 de outubro de 2009

Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.

Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direção um velho sábio. E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse.
Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:

- Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor.
- Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.
- Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.
- Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.
- Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?

Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor. Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:
- Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos.
- Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos. Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.
- Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura.
- Não verei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.

Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade:
- Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?
- O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.
- É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.

A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal.
O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.
O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal.
As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem... Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.

O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.
Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.




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Quarta-feira, 16 de Setembro de 2009
Cuando me enamoro-Gigliola Cinquetti





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Sexta-feira, 11 de Setembro de 2009
Siga seus sonhos


Siga seus sonhos

Tenho um amigo chamado Monty Roberts, que tem um rancho em San Isidro. Ele me emprestou sua casa para realizar eventos com a finalidade de levantar dinheiro para programas em prol de jovens em perigo.

Da última vez que estivemos lá, ele me apresentou dizendo:

-Quero dizer-lhes porque deixo Jack usar minha casa. Isso remonta a uma história de um jovem rapaz, filho de um treinador de cavalos itinerante, que vivia de estrebaria em estrebaria, de pista de corridas em pista de corridas, de fazenda em fazenda e de rancho em rancho, treinando cavalos. Consequentemente, o curso de segundo grau do garoto era constantemente interrompido. Quando estava em último ano, lhe pediram que escrevesse sobre o que queria ser e fazer quando crescesse.

"Naquela noite, ele escreveu sete páginas sobre seu objetivo de algum dia possuir um rancho de cavalos. Descreveu seus sonhos com riqueza de detalhes e até fez o desenho de um rancho de oitenta hectares, mostrando a localização de todos os prédios, as estrebarias e a pista. Então, desenhou em detalhes a planta baixa de uma casa de quatrocentos metros quadrados, que edificaria nos oitenta hectares do rancho de seus sonhos."

"Ele colocou seu coração no projeto e no dia seguinte entregou-o ao professor. Dois dias depois recebeu sua folha de volta. Na página frontal havia um grande F vermelho e uma mensagem que dizia:
'Procure-me depois da aula.'"

O garoto do sonho foi ver o professor depois da aula e perguntou:

-Por que recebi um F?
O professor disse:
-Este é um sonho irreal para um rapaz como você. Você não tem dinheiro, vem de uma família itinerante. Não temos recursos. Ter um haras requer muito dinheiro. Você tem que comprar a terra. Tem que comprar os primeiros animais e, mais tarde, terá que pagar impostos enormes. Não há como você possa realizar isso algum dia. - E o professor acrescentou: - Se reescrever estas folhas com um objetivo mais realista, reconsiderarei sua nota.

O garoto foi para casa e pensou muito naquilo.
Perguntou a seu pai o que deveria fazer. Seu pai disse:
- Olhe, filho, você tem que decidir isso sozinho. No entanto, acho que é uma decisão muito importante para você.

Finalmente, depois de sentar-se diante do trabalho por uma semana, o garoto devolveu o mesmo papel, sem fazer nenhuma mudança. E declarou:
- Pode ficar com seu F, que eu ficrei com meu sonho.

Monty voltou-se para o grupo e disse:

- Estou lhes contantdo esta história porque estão sentados em minha casa de quatrocentos metros quadrados, bem como no meio de meu haras de oitenta hectares. Ainda tenho aquele trabalho escolar emoldurado em cima da lareira.

E acrescentou:

- A melhor parte da história é que, há dois verões, aquele mesmo professor trouxe trinta garotos para acampar no meu rancho durante uma semana. Quando estava indo embora, o professor disse:
- Olhe Monty, posso dizer-lhe isso agora. Quando era seu professor, eu era um tipo de ladrão de sonhos. Durante aqueles anos, roubei os sonhos de uma porção de alunos. Felizmente, você teve juízo suficiente para não desistir dos seus.

Não deixe que ninguém roube seus sonhos. Siga seu coração, não importa o que aconteça.

Jack Canfield

Eu Van declaro que nunca permiti que ninguém roubasse os meus sonhos, isso não quer dizer que não tentaram rsrs


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Terça-feira, 25 de Agosto de 2009
ORAÇÃO A DEUS SOBRE A TOLERÂNCIA



Já não é aos homens que me dirijo, é a ti, Deus de todos os seres, se é que é permitido a criaturas frágeis perdidas na imensidão, e imperceptíveis ao resto do universo, atreverem-se a pedir-te alguma coisa, a ti que tudo deste, a ti cujas leis são imutáveis como eternas. Tem piedade dos erros que fazem parte da nossa natureza: que esses erros não sejam as nossas desgraças.
Não nos deste um coração para odiarmos nem uma mão para degolarmos; faz com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida penosa e passageira; que as pequenas diferenças entre as roupas que cobrem o nosso corpo débil, entre todas as nossas línguas insuficientes, entre todos os nossos hábitos ridículos, entre todas as nossas leis imperfeitas, entre todas as nossas opiniões insensatas, entre todas as nossas situações tão desproporcionadas aos nossos olhos e tão iguais aos teus; que todas essas pequenas diferenças que distinguem os átomos chamados homens não sejam sinais de ódio nem de perseguição...
Que todos os homens possam lembrar-se de que são irmãos! Que tenham horror à tirania exercida sobre as almas, assim como detestam a depredação que arrebata pela força o fruto do trabalho e da indústria tranqüila!
Se as calamidades da guerra são inevitáveis, não nos odiemos, não nos destruamos uns aos outros no seio da paz, e utilizemos a nossa existência para abençoarmos igualmente, em mil línguas diferentes, do Sião a Califórnia, a tua bondade que nos concedeu nesse instante!

“Tratado da Tolerância” de Voltaire, 1763


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OLHAI OS LÍRIOS DOS CAMPOS



Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arrannha-céus se não há mais almas humanas para morar neles? (...)

É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu, (...)

É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão, (...)

Quando falo em conquista, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação.

Érico Veríssimo. Olhai os lírios do campo.
80.ed.São Paulo: Globo.1999

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Sábado, 22 de Agosto de 2009
RESPOSTA DUM HOMEM DO MUNDO DE 1978: JÚLIO ROBERTO



Ao ler a carta do Chefe Seattle, talvez muitas pessoas tenham formulado no pensamento,uma forma de resposta, principalmente porque os fatos ocorreram e se precipitaram no rumo da destruição. Uma resposta, pelo menos foi escrita. É quase um lamento pelo homem, sua terra, seu destino.

Amigo Seattle:
Li a sua carta escrita em 1854 ao grande Chefe Branco de Washington.
Soou um homem de 1978 que vive num mundo, como tu previste, em decadência e destruição.
Já não ouço o sussurrar do vento nem a discussão noturna das rãs nos charcos da selva. Já nem temos selva.
As flores murcharam, ás arvore agonizam, os pássaros fogem e os insetos deixam de zumbir.
Bem sei que sou um homem enjaulado numa cidade e tu vivias nas pradarias, lá os bisontes e noitibós te alimentavam o corpo e a alma.
Os rios, para ti sagrados, são hoje para mim apenas uma viagem de infância. Neles em vez de peixes fazendo corridas e acrobacias, eu vejo o lixo da nossa civilização, os detritos deste mundo, as opulências mortas de uma humanidade que se afunda vertiginosamente na era do plástico.
Olho as estrelas e o luar. Parecem mais distantes do que são, e os meus olhos desabituados já de os observar, cansam-se facilmente. Não tenho, como tu tinhas, esse poder de olhar de frente o sol, de receber a sua luz e o seu calor sem me cegar.
As águias, vi uma ou outra, como se fossem já animais pré-históricos, aturdidas e confusas, sem perceber o que fizemos desta Terra.
Meu amigo Seattle, a tua carta é já de agora.
Tu não tiveste automóvel, nem indústrias, nem chauffage, nem televisão, nem jornais, nem os bens da civilização. Não soubeste o que é voar num avião a jato, a 1000 km por hora. Também não tinhas pressa.
Não soubeste o que é ir à Lua. Também não precisavas.
Não soubeste também, de certeza, o que é procurar na noite o repouso cansativo duma diversão barulhenta a que chamam de música, é onde a angustia é a única sensação que fica. Tu sabias lá o que era angústia.
Vivo na cidade, nestes monstros de pedra, ruas, barulhos e gente aos gritos, a correr e a atropelar-se, para, ao que dizem, ganhar a vida. Certamente tu dirias para a perder.
Mesmo aquela relva que, às vezes, ainda havia nas cidades, vai desaparecendo. As árvores que já depois de tu escreveres a tua carta, ainda enfeitavam os lados das ruas, vão desaparecendo. Sabes por quê? Porque é preciso alargar as pistas para os automóveis, pois, segundo dizem, circular é viver.
E o mar, esse, sobretudo o que vinha dantes banhar as nossas praias e namorar a areia branca, vem agora suja-la, com o lixo que lhe deitam dentro. Tem um ar triste, de um mendigo que,as vezes, se revolta e destrói as grandes construções dos nossos engenheiros.
Ah! Meu querido amigo selvagem! Como eu, que não vivi no seu tempo, nem das tuas pradarias, tenho saudade da tua Terra sagrada, (...)


Apud: Poema ecológico. Lisboa, Edições Itau, 1978


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Sábado, 15 de Agosto de 2009
Amigo do sol,amigo da lua - Benito Di Paula




Amigo do Sol, Amigo da Lua
Benito Di Paula
Composição: Benito Di Paula / Márcio Brandão

E ê criança presa ê, brinquedos de trapaças
Quase sem história pra contar
Você criança tão liberta me tire dessa peça,
E assim ter história pra contar
Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
Em cantos cantigas canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar

Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
Encantos cantigas canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar

Vem amigo nadar nos rios
Vem amigo plantar mais lirios
No vale no mato e no mundo vamos brincar
Vem amigo nadar nos rios

Vem amigo plantar mais lirios
No vale no mato e no mundo vamos brincar

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